Histórias de sucesso #123: Raphael Silva e Castro - Aprovado no concurso de Juiz Substituto do TJSP

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: Tribunal de Justiça de São Paulo (188º concurso)

 

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: Técnico Judiciário do TRT 17ª Região (ES); Oficial de Justiça Avaliador Federal do TRT 17ª Região; Oficial de Justiça do TJES; Agente da Polícia Federal; Delegado de Polícia Federal; Procurador da Fazenda Nacional (PGFN/AGU).

 

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: Tive duas temporadas de estudos para concursos na minha vida. A primeira delas logo na sequência da conclusão da graduação. Era solteiro e sem filhos. Foi neste período em que obtive as aprovações mencionadas na resposta à pergunta anterior. A segunda delas, especificamente focada na magistratura, foi deflagrada em meados de 2015 em decorrência de algumas insatisfações profissionais e a necessidade íntima de retomar o caminho inconcluso rumo à magistratura. Deu-se também num contexto em que eu não era mais um “exército de um homem só” (como cantam os Engenheiros), mas com diversas ocupações e responsabilidades profissionais e familiares. Enfim, a mesma primavera, mas já eram outras as flores e os perfumes!

 

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: Sim, como Procurador da Fazenda Nacional.

 

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: Nunca cronometrei. Sempre induzi o estado de flow em que entrava após a quebra da inércia (aquela resistência inicial ao estudo) com disciplina e senso de comprometimento. Tirava o máximo proveito daqueles momentos em que as condições e circunstâncias ambientais externas eram propícias. Com a ajuda da minha esposa (Te amo Cris!), cuidava para que estes momentos fossem cada vez mais fartos e recorrentes. Aferia o meu feeling quanto à qualidade e proveito do estudo, procurando ser honesto comigo mesmo. Sem autoenganos, com o tempo e o desenvolvimento dos hábitos, internalizando rituais saudáveis que funcionavam como gatilhos para induzir ao estudo e ao foco, fui, naturalmente, atingindo as pequenas metas a que me impunha. Ora era terminar a leitura de um livro e adentar outro da próxima matéria ou um compilado de jurisprudência, outrora fazer tantas ou quantas questões objetivas/subjetivas e assim eu seguia.

 

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Na esteira da resposta anterior, eu não tinha um engessamento da semana ou do dia, pois me guiava pela percepção de proveito e do estado de flow. Apenas cuidava sempre para não ficar numa só matéria na semana. Não havia problema em ficar numa só matéria no dia, mas, ao longo da semana, era importante “namorar” com o máximo de matérias sem “casar” com nenhuma delas. “Quem não é visto não é lembrado”! Era preciso sempre estar vendo e revendo os temas das diversas matérias.

 

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: Sim, naturalmente, mas não exclusivamente. O estado de flow sempre foi meu termômetro. Por vezes, o melhor a fazer era tudo menos estudar. A chave é se conhecer e se respeitar. Um sentimento de autopreservação física para propiciar uma melhor performance no dia seguinte.

 

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Facebook não. Já o whatsapp é uma ferramenta legal no contexto das fases de discursivas e sentenças, além da fase oral, mas para a primeira fase não é útil, nem saudável.

 

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: Não. Fazia grifos e (muitas!) anotações laterais nas páginas dos livros. Tentava fazer a leitura, que é um estudo passivo, da forma a mais ativa possível. Por isso eu “dialogava” com o texto valendo-me do recurso a essas anotações lançadas às suas margens.

 

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

R: Nunca. Não tenho a pretensão ou a prepotência de me dizer um self-made man, porque, na verdade, o meu entorno e as minhas circunstâncias me propiciaram muitas ajudas para fazer frente às conhecidas dificuldades do estudo competitivo para o concurso. Ajudas familiares e ajudas profissionais de professores e cursos. No entanto, não me vali de coachs, embora os bons possam ajudar. É pessoal. Uma metodologia rígida simplesmente não funciona comigo. A minha disciplina se manifesta de outra forma. Então segui minha intuição nas revisões que fazia às vésperas das provas objetivas por meio da ferramenta das questões objetivas.

 

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: Eu fazia questões objetivas massivamente a partir de 1 a 2 meses antes da prova de primeira fase. Na minha cabeça sempre esteve presente que o dia da prova deveria ser um dia normal pra mim, mais do mesmo, então treinava exatamente aquilo que faria no dia da prova, ou seja, questões objetivas. Seja simulando com o tempo de prova, seja livremente como um passatempo. Descobri que as objetivas podem ser divertidas!

 

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: Nos últimos tempos eu só lia conjugadamente com a resolução das questões ou com o auxílio de algum mapa de calor, aqueles levantamentos estatísticos de recorrências dos artigos nas provas. Antes, eu já havia lido de cabo a rabo os principais códigos e algumas leis relevantes, mas achei um esforço contraproducente. Com a resolução das questões objetivas ficou mais factível cumprir esta obrigação inarredável do concurseiro, verdadeira conditio sine qua non haverá a aprovação.

 

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: Se no futebol é o Flamengo, na jurisprudência é o Dizer o Direito! Uma vez Dizer o Direito, Dizer o Direito até morrer!

 

14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas?  Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R: Fiz alguns e todos me foram úteis, cada qual ao seu modo. Não buscava neles a antecipação de uma questão, mas apenas me integrar ao mainstream concurseiro, fomentar em mim a competitividade necessária, pegar o ritmo enfim. Por isso, fazia os cursos de reta final, que me davam acesso a baterias de exercícios inéditos e moldados de acordo com a banca examinadora do concurso em foco. Portanto, genericamente, indico sim. Quanto à fase de prova oral, eu quero (e me faz bem!), como preito de reconhecimento e gratidão, abrir três exceções para nominar os cursos de prova oral promovido por você, Leopoldo (Magistratura Estadual em Foco), pelo Julio Cesar de Almeida e pelo Glesan Vieira (Aprova Oral). Senti em todos uma pegada artesanal, no sentido da personalização, da customização, da atenção especial e da boa energia, mas sem descurar do profissionalismo servil ao atingimento do objetivo específico de passar na prova.

 

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R: Estudo ativo. Fazer as provas antes, com controle de tempo, aferição de rendimento e forçando a evolução a partir dos pontos fracos detectados. Por exemplo, fazendo uma regrinha de três para saber o percentual de acertos nas questões objetivas e identificar se a causa do erro era o desconhecimento da lei, da doutrina, da jurisprudência ou falha de atenção ou interpretação do enunciado.

 

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: Sim, para isso os cursinhos são ótimas ferramentas.

 

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R: O dos Tribunais Superiores, mencionando a ciência do posicionamento do Tribunal local.

 

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:

R: O estudo competitivo pode ser comparado ao esporte. Exige a mesma disciplina e a mesma postura mental em direção à evolução e ao objetivo. Todo mundo sabe o que tem que fazer. O busílis é fazer. É preciso ser um pouco espartano, pero sin perder la ternura! Aproveitar a paisagem do trajeto, sem perder de vista o destino final. Manter viva a lembrança de que as dificuldades traduzem a real dimensão do mérito, porque nem todos partem do mesmo ponto de largada. No mais, ouvir aquela canção do Gil que recomenda andar com fé, porque ela não costuma faiá, e simplesmente seguir, porque (e agora é Antonio Machado) “no hay camino, se hace el camino al andar”, para então perceber (com Pessoa) que “para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exlcui”.

 

                                               BIBLIOGRAFIA

 

Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):

Direito Administrativo –  Sinopse da Juspodivm e Marcelo Paulo/Vicente Alexandrino

Direito Ambiental – Manual do Romeu Thomé, da Juspodivm

Direito Civil – Sinopse da Juspodivm

Direito Constitucional – Sinopse da Juspodivm

Direito do Consumidor – Manual do Felipe Braga Netto, da Juspodivm

Direito do Eleitoral – Sinopse da Juspodivm

Direito Empresarial – Sinopse da Juspodivm

Direito da Criança e do Adolescente – Sinopse da Juspodivm

Direito Penal – Parte Geral – Sinopse da Juspodivm

Direito Penal – Parte Especial do Código Penal – Sinopse da Juspodivm

Direito Penal – Legislação extravagante -  Renato Brasileiro e o “Esquematizado” do José Paulo Baltazar Jr. e Victor Eduardo Rios Gonçalves

Direito Processual Civil – fui só com o nCPC mesmo

Direito Processual Penal – Sinopse da Juspodivm

Direito Tributário – fui só com o CTN mesmo

Humanística – tudo que me caiu na mão! Depois de já aprovado eu li e gostei muito do Curso de Filosofia do Direito, do Eduardo Carlos Bianca Bittar e do Guilherme de Assis Almeida, da Gen/Atlas. As aulas e materiais dos professores Rosangelo Miranda (MEGE) e Juliano Alves (CP IURIS) também me ajudaram muito.

Sentença Cível – as aulas dos cursinhos específicos atuantes no mercado.

Sentença Penal – as aulas dos cursinhos específicos atuantes no mercado, com destaques para o esquema dos “23 pontos” elaborado pelo Samer Agi.

Qualquer livro/curso que indique para o concurso que não se encaixa nas matérias acima (ex: livro de discursiva da juspodivm que tem várias matérias, vade-mécum de jurisprudência etc) – Usei e gostei muito dos livros específicos de questões discursivas e o de questões de prova oral, todos da Juspodivm.