Histórias de sucesso #122: Chaiane Maria Bublitz - Aprovada no concurso de Juiz Substituto do TJSP

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: TJSP 188.

 

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: AJAJ TRE/PR, AJAJ/TRT-4 e TJAA TRT-4.

 

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: Especificamente para a Magistratura Estadual, foram 3 anos e 6 meses. Mas antes disso eu já trazia alguma bagagem, decorrente dos estudos para AJAJ. Além disso, por um período menor, que não sei precisar, estudei para a Magistratura do Trabalho (recalculei minha rota quando percebi que, no meu coração, o sonho era mesmo a Estadual). Aliás, digo aos colegas que mudaram de rota que não se aflijam, porque, quando chegar o “seu” concurso, tudo fará sentido: na minha prova oral, foram feitas algumas perguntas que eu soube responder de forma aprofundada exatamente porque havia estudado para a área trabalhista (por exemplo, sobre greve, trabalho de menor, responsabilidade civil do empregador...). Nenhum estudo é perdido.

 

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: Sim, como assistente de Juiz do Trabalho. Considero a minha posse como AJAJ, em 2013, a decisão fundamental para a minha futura aprovação à magistratura: trabalhar me deu condições materiais e psicológicas de participar dos certames e me deu “bagagem de vida”. Contudo, essa é a apenas a minha história, e há sempre caminhos diferentes para o mesmo lugar!

 

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: Estudava mais ou menos 4 horas em dias úteis; e, em média, 6/7 aos fins de semana. Estudava 6 dias na semana, tirando um “dia de folga”, não aos fins de semana, mas de segunda a sexta-feira, quando estava mais cansada. Eu trabalhava com a meta de, no mínimo, 30 horas semanais (nem sempre a cumpria; às vezes, a ultrapassava... era mais um “marco” para eu me motivar).

 

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Depende do momento.

Sem edital: se eu conseguia finalizar um tópico, estudava 2, cumulando uma matéria grande com uma pequena (dica do Leopoldo); caso contrário, estudava 1 por dia. Como, em regra, estudei por livros (mas não em todas as matérias), seguia sempre a mesma ordem: lia o capítulo – lia a lei – jurisprudência - mudava de matéria. No início isso me fez demorar para avançar no edital, posteriormente, com os livros já grifados, foi mais rápido.

Com edital, tudo mudava: lia 2/3 matérias por dia, priorizando lei + jurisprudência + questões e meu próprio resumo (fiz no edital esquematizado do Eduardo Gonçalves).

 

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: sim. Para quem trabalha, esses dias são valiosos.

 

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Para a fase oral, penso ser muito importante não seguir sozinho, mas utilizar os grupos para treinar com os colegas. Para a fase dissertativa, também participei de um grupo de pesquisa de banca. Para a objetiva, penso ser dispensável. 

 

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: Sim, fiz um grande resumo no Edital Esquematizado do Eduardo Gonçalves, que utilizava para revisões rápidas, e que me acompanhou até a oral. Também utilizei os resumos de Direito Civil do Leopoldo.

 

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

R: não. Depois de um tempo, o estudo do dia sempre é uma revisão.

 

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: antes do edital, uma, duas vezes por semana. Com o edital, tentava fazer todos os dias ou dia sim, dia não.

 

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: quase todos os dias! Nem que fosse 15 minutos.

 

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: rotineiramente. Sempre que terminava um tópico, procurava a jurisprudência correspondente, no Vade Mecum do Dizer o Direito. Também senti uma grande melhora quando passei a fazer meu próprio arquivo de informativos recentes, lidos diretamente do site do DoD e que não estavam no livro. Infelizmente, “descobri” só na reta final a importância de ler os Informativos do TSE, então, fica a dica aos colegas para que acrescentem, desde já, tais informativos à rotina de estudos.

 

14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas?  Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R: para pesquisa de banca, o curso do próprio Magistratura em Foco foi sensacional – praticamente acertou uma questão da dissertativa (infelizmente, não cheguei a fazer o de correção de sentenças). Em sentenças, fiz muitos cursos, mas aquele que me ensinou o caminho das pedras foi o curso da AJURIS, com os mesmos professores do @passoadecidir. Para a oral, o maravilhoso curso do Prof. Júlio Cesár de Almeida.

 

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R: não há nada que eu tenha feito que seja inovador, embora haja pequenas “dicas”, triviais até, que podem ajudar.

Na fase dissertativa, se você se deparar com alguma questão que realmente não sabe, não importa: NÃO DEIXE EM BRANCO! Apenas comece a escrever sobre algum conceito, algum detalhe da pergunta, e pode ser que o seu “inconsciente” te ajude a terminar. Isso aconteceu comigo no TJSP, na questão de humanística, que misturava Weber e “cram down”: li e deixei para o final, pensando “eu não sei responder isso, se faltar tempo, essa é a pergunta que vou deixar em branco”. Nos 15, 20 minutos finais da prova, decidi “tentar” e simplesmente começar a escrever aquilo que eu sabia sobre Weber. Lá pela 5ª linha, tive um “insight” e entendi o que examinador queria, conseguindo, surpreendentemente, tirar uma boa nota na questão, indispensável para a minha aprovação. Se eu não houvesse começado, talvez pensaria até hoje que não saberia responder, quando, na verdade, eu sabia, só precisava de “coragem” para começar.

Ainda sobre a fase discursiva, é muito importante ter cuidado com algo básico: o número de linhas! A primeira vez que fiz uma dissertativa (TJSC 2017), não tinha essa “malícia” e, empolgada com conceitos que sabia desenvolver, utilizei todo o espaço sem conseguir responder todos os itens da pergunta. Por isso, é mais importante responder tudo, resumidamente, do que pouco, de forma profunda, pois os espelhos pontuam todos os itens da questão. A segunda vez que fiz uma dissertativa (TJRS 2018), calculei bem direitinho o número de linhas para cada item e fui respondendo, resumidamente, de forma organizada, seguindo a máxima de que “feito é melhor que perfeito” - e foi minha melhor nota nessa fase de concursos (8,75). Para o TJSP, mais importante é mesmo cuidar o tempo (são 4 horas, com 4 questões cheias de itens e uma dissertativa de várias páginas) do que linhas, mas também vale ter atenção nesse aspecto.

 

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: sim, indispensável em concursos como o TJSP. Os grupos de whatsapp podem ser muito úteis para isso.

 

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R: depende do Tribunal. Se fosse TJRS, usaria o posicionamento do tribunal (reprovei na sentença cível de lá por isso). Para tribunais como o TJSP, o posicionamento dos Tribunais Superiores.

 

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:

R: O primeiro recado é que nós nunca sabemos se estamos estudando do “jeito certo” até passarmos. Seguimos nessa jornada, na maior parte do tempo, duvidando disso... Mas, se o teu método está te aproximando da aprovação, confie e prossiga.

O segundo recado é que esse mundo de concursos tende a ser uma “bolha” um pouco prejudicial às vezes, é preciso ter cuidado. O concurso é apenas uma parte da nossa existência. Lutar pela realização do sonho, sim, mas não esquecer que aquilo que nos faz grandes ou pequenos são nosso caráter e as pequenas decisões do dia a dia, e não um cargo.

Além disso, ninguém é disciplinado com os estudos 100% do tempo, e todos temos nossas falhas nessa longa jornada, sobretudo após as doídas reprovações. Inclusive, também é normal reprovar em objetivas quando já se está em fases avançadas em outros concursos; e isso não significa nenhum tipo de “regressão” – lembre-se que basta uma aprovação para que o sonho se torne realidade. Os estudos para cada fase são cada vez mais verticalizados; o que naturalmente traz maiores dificuldades para conseguir êxito em vários “fronts” ao mesmo tempo. Em 2018, por exemplo, avancei nas duas objetivas que fiz, já em 2019, focada em dissertativa e sentenças, não passei em nenhuma das primeiras fases dos três concursos que prestei, dois deles logo após o TJSP, ficando fora do corte no TJSC após as anulações. A maior parte dos colegas passa por dificuldades parecidas! Nossas trajetórias não são uma “constante”, há altos e baixos.

Por fim, as palavras mais preciosas que eu posso deixar são algumas que não foram escritas por mim, mas por Paulo Mendes de Campos: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7147/para-maria-da-graca.

Que vocês possam levar no coração as palavras dele, assim como eu também as levo, e nos lembremos, especialmente, de que é devagar que acontecem os milagres, mas eles acontecem.

 

                                               BIBLIOGRAFIA

 

Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):

Direito Administrativo – Manual de Direito Administrativo do Matheus Carvalho.

Direito Ambiental – Sinopse do Frederico Amado.

Direito Civil – Resumos do Leopoldo!

Direito Constitucional – Curso de Direito Constitucional, do Marcelo Novelino; Direito Constitucional – Teoria, História e Métodos, do Daniel Sarmento; Direito Constitucional Esquematizado, do Lenza.

Direito do Consumidor – Leis Especiais para Concursos: Direito do Consumidor, do Leonardo Garcia (da Juspodivm).

Direito do Eleitoral – Sinopses para Concursos: Direito Eleitoral, do Jaime Barreiros Neto.

Direito Empresarial – Curso de Direito Empresarial, da Elisabete Vido.

Direito da Criança e do Adolescente – Sinopses para Concursos - v.36 - Direito da Criança e do Adolescente, do Guilherme Freire de Melo Barros

Direito Penal – Parte Geral – Direito Penal: parte geral, do Cleber Masson.

Direito Penal – Parte Especial do Código Penal – Direito Penal esquematizado: parte especial, do Victor Eduardo Rio Gonçalves. Entretanto, aqui, mais do que em qualquer outra matéria, o foco era a jurisprudência!

Direito Penal – Legislação extravagante -  aqui, em regra, não estudei por livro, apenas lia a lei e muita jurisprudência. Em algumas leis mais importantes (ex: drogas), estudei pelo livro de Legislação Especial também do Victor Eduardo Rio Gonçalves.

Direito Processual Civil - Manual de Direito Processual Civil - Volume Único: Daniel Amorim Assumpção Neves. 

Direito Processual Penal – Sinopses do Leonardo Barreto Moreira Alves (dica certeira que o Leopoldo me deu!). Em alguns capítulos, como ação penal, li também o Renato Brasileiro. Antes de descobrir as sinopses, havia lido também o Pacelli e o Norberto Avena.

Direito Tributário – Direito Tributário – Ricardo Alexandre.

Humanística – considero o curso de Humanística do CP Iuris, com o Juliano Alves, simplesmente sensacional. Também usei vários livros, alguns que nem eram de concurso, “pinçando” o que poderia ser útil em cada um.

Gosto muito da coleção “Grandes Ideias” da Saraiva, e usei os seguintes livros: O Livro de Psicologia; o Livro de Política; e o Livro de Filosofia. Esses livros trazem um apanhado geral de cada ideia/autor, são realmente ótimos para revisão e enriquecer a dissertativa.

Quanto aos livros voltados à área jurídica, utilizei:

Formação Humanística em Direito, coordenação: José Fábio Rodrigues Maciel. Saraiva.

Manual de Sociologia Jurídica, coordenadores: Felipe Gonçalves Silva e José Rodrigo Rodriguez. Saraiva.

Introdução ao Estudo do Direito: Paulo Nader. Editora Gen.

Filosofia do Direito: Paulo Nader. Editora Forense.

Manual de Filosofia do Direito: Alexandre Sanches Cunha. Editora Juspodivm.

Noções Gerais de Direito e Formação Humanística: João Paulo Lordelo.

Obs: repito que eu não li todos esses livros, apenas capítulos relacionados ao edital dentro de cada um. Além disso, para passar, não é preciso ler tudo isso, conheço vários que passaram apenas fazendo cursinhos - acontece que eu gosto de Humanística e, por isso, dedicar-me à leitura desses materiais tornava meu estudo mais prazeroso.

 

Sentença Cível – Curso de sentença cível, do Fabrício Castanha Lunardi e Luiz Otávio Rezende.

Praticando a sentença cível, do Marcelo Pimentel Bertasso.

Sentença cível descomplicada, do Jaylton Lopes Jr.

 

Sentença Penal – Curso de sentença penal, do Fabrício Castanha Lunardi e Luiz Otávio Rezende.

Sentença Penal Condenatória, do Ricardo Augusto Schmitt.

 

Qualquer livro/curso que indique para o concurso que não se encaixa nas matérias acima (ex: livro de discursiva da juspodivm que tem várias matérias, vade-mécum de jurisprudência etc) -

O Vade Mecum de Jurisprudência e o livro de Súmulas comentadas do Dizer o Direito.