Histórias de sucesso #121: Juliano Santos de Lima - Aprovado nos concursos de Juiz Substituto dos TJPR e TJSP

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: Fui aprovado no TJSP (2019) e no TJPR (2019). Reprovei nas sentenças do TJRS (2018) e na fase discursiva do TJSC (2019).

 

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: Técnico Judiciário do TJDFT (2013), Analista Judiciário do MPU (2013), Analista Judiciário do TJDFT (2015), Analista Judiciário do TRF-1 (2018) e Analista Judiciário do STJ (2018).

 

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: Desde o ingresso no curso de Direito, estudo para concursos, mas o estudo específico para a magistratura durou aproximadamente 2 anos, iniciados após as provas de analista do TRF-1 e do STJ.

 

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: Desde a graduação, tive de conciliar, por necessidade financeira, trabalho com estudo. Após a conclusão do curso, em 2014, advoguei por aproximadamente seis meses na empresa em que já era estagiário e na qual pude vislumbrar boas oportunidades na advocacia. A carga de trabalho, no entanto, impedia que eu me dedicasse para o projeto da magistratura. Pedi demissão da empresa para assumir o cargo de técnico judiciário do TJDFT, em 2015. Passado algum tempo, tomei posse no cargo de analista judiciário do TRF-1 e, desde agosto de 2018, ocupo o cargo de analista judiciário do STJ. No TJDFT, fui assessor de juiz em varas de competência cível/empresarial. No TRF-1, assessorei desembargador e, no STJ, trabalho em assessoria de ministro. A experiência profissional na assessoria de magistrado fez confirmar em mim o objetivo da magistratura estadual.

 

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: A média diária era de 3 a 4 horas líquidas, mas houve dias em que eu estudava menos de 2 horas. Também houve dias, sobretudo nos finais de semana, nos feriados e durante as férias, em que estudava mais de 6 horas líquidas. Sempre lutei para manter a constância no estudo, independentemente da quantidade de horas líquidas por dia.

 

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Nunca tive cronograma fixo, mas estudava de duas a três matérias diferentes por dia e, na semana, tentava ter estudado, ao menos uma vez, todas as maiores matérias (civil, processo civil, penal, processo penal, constitucional, administrativo, empresarial e tributário).

 

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: Sim. Em razão do trabalho, tive de compensar nos finais de semana e nos feriados o tempo de estudo que não tinha durante os dias da semana. Eventualmente, tirava o domingo para descansar.

 

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Os grupos do whatsapp ajudam bastante a partir da segunda fase (com as pesquisas sobre a banca) e são imprescindíveis na fase oral (com as pesquisas sobre a banca e a organização dos treinos entre colegas). Para a primeira fase, não sei se ajudam muito.

 

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: Nunca fiz resumo por acreditar que seria perda de tempo. Dessa forma, priorizava avançar na leitura do conteúdo e nos grifos dos livros, tendo a sensação de ter estudado mais sem ter de “parar” para fazer resumos. Isso me dava mais confiança e me permitia reler os grifos mais vezes para fixar o conteúdo. Não fazer resumos, entretanto, é uma escolha muito pessoal e se deve sopesar o custo x benefício. Na fase oral, por exemplo, tive dificuldade com material, por não ter resumos próprios. Mas como, desde a graduação, estudei sem fazer resumos, optei por continuar com o método que estava dando certo.

 

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

R: Revisar é essencial. Nos primeiros dias de estudo, tentei fazer revisões programadas (24h, 48h, 7 dias...), entretanto, logo abandonei a ideia, que demandava muito tempo para agendar as revisões e para organizar os livros a serem revisados no dia, além da sensação que eu tinha de não estar avançando. Troquei as revisões agendadas por revisões intuitivas, de modo que passei a revisar determinado assunto sempre que sentia necessidade, a qual se evidenciava na dificuldade em resolução de provas sobre o tema.

 

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: Quase diariamente pelo QConcursos e, nas quinzenas anteriores às provas, intensificava a resolução de questões.  

 

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: Diariamente na preparação para as provas objetivas e orais. Na preparação para as provas discursivas e de sentenças, quase não me dediquei à leitura da “lei seca”.

 

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: O estudo da jurisprudência deve ser constante durante toda a preparação, já que as bancas examinadoras cobram entendimentos jurisprudenciais em todas as fases – da objetiva à oral. Desse modo, eu imprimia os informativos resumidos do Dizer o Direito e os lia, de forma decrescente, ao menos uma vez por semana, grifando o que era mais importante para as revisões posteriores. Quando necessário, lia a versão completa. Além disso, o trabalho na assessoria de ministro foi um facilitador, pois, diariamente, tinha contato com o entendimento das turmas do STJ e, por vezes, acompanhava no tribunal as sessões de julgamento.

 

14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas?  Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R: Entre os cursos que fiz, indico o JusTutor para a prática de sentenças (o curso demanda conhecimento prévio sobre a estruturação de sentenças, mas possui ótimo custo x benefício). Para a fase oral, indico o curso de retórica do Professor Júlio César (no curso, que é quase unanimidade entre os aprovados, o professor ensina métodos para a estruturação das respostas orais, o que diminui a possibilidade dos “brancos” e aumenta a segurança no momento da arguição) e o curso de prova oral do AEJUR (além das dicas de diversos professores, o curso possibilita muito treino e simula, de forma organizada, as 24h e o momento da arguição).

 

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R: Utilizei a leitura de livros capa a capa, com grifos e grifos de grifos, como método principal de estudo. Para mim, era uma forma bem simples de estudar. Bastava o livro, o marca texto amarelo (para grifos), o marca texto verde (para grifos dos grifos) e um suporte de madeira para o livro. O avançar no concurso, todavia, demanda adaptações na forma de estudo, de modo a contemplar as peculiaridades de cada fase. Fui, então, modificando a forma de estudos, mas a leitura dos grifos foi constante durante a preparação. A seguir, elenco a ênfase dada em cada fase. Prova Objetiva: leitura da lei seca e de informativos/súmulas e resolução de questões no QConcursos. Prova Discursiva: conhecimento da banca examinadora, revisão de posicionamentos doutrinários e estudo por questões discursivas de provas anteriores. Prova de Sentenças: conhecimento sobre a estruturação das sentenças, treino de casos práticos e leitura de muitas sentenças de casos corriqueiros na vida e nas provas. Prova Oral: conhecimento da banca examinadora, revisão de conceitos básicos e treino com arguições orais.

 

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: Sim, sempre participei das pesquisas de banca feitas nos grupos do whatsapp.

 

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R: Adotaria o entendimento do Tribunal local, mencionando, contudo, a divergência dos Tribunais Superiores.

 

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:

R: Estudar para concurso não é fácil. É uma tarefa exaustiva e que demanda disciplina e abdicação. As circunstâncias, muitas vezes e por diversos fatores, não estarão favoráveis e haverá dias em que livros parecerão não ser as melhores companhias. É preciso, entretanto, continuar. É que desistir não pode ser opção para quem sonha ocupar um cargo público. E a motivação é apenas um acessório que nem sempre estará pelo caminho. Não desista! Não se sabe quando, mas tenha a certeza de que a aprovação chegará! E, durante a jornada, aprenda a dizer não (para si e para os outros), supere-se e esforce-se ao máximo, seja humilde, não troque constantemente de materiais, evite estudar com o celular por perto e limite o uso das redes sociais. Essas atitudes me ajudaram a trilhar um caminho menos árduo. Além disso, confie muito em si. Também é salutar saber que não existe “vida perfeita” de estudos, como comumente se expõe nas redes sociais. Bons estudos!

 

                                               BIBLIOGRAFIA

 

Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):

 

Direito Administrativo – Direito Administrativo Descomplicado (Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino)

Direito Ambiental – Sinopse de Direito Ambiental (Frederico Amado)

Direito Civil – Manual de Direito Civil (Flávio Tartuce)

Direito Constitucional – Direito Constitucional (Marcelo Novelino)

Direito do Consumidor – Caderno Sistematizado de Direito do Consumidor

Direito do Eleitoral – Direito Eleitoral (João Paulo Oliveira) e Sinopse de Direito Eleitoral (Jaime Barreiros Neto)

Direito Empresarial – Sinopse de Direito Empresarial (Estefânia Rossignoli) e Direito Empresarial (André Luiz Ramos Santa Cruz Ramos)

Direito da Criança e do Adolescente – Caderno Sistematizado de Direito da Criança e do Adolescente

Direito Penal – Parte Geral – Manual de Direito Penal (Rogério Sanches)

Direito Penal – Parte Especial do Código Penal – não adotei livro específico

Direito Penal – Legislação extravagante – não adotei livro específico

Direito Processual Civil – Processo Civil (Rinaldo Mouzalas e outros) e Manual de Direito Processual Civil (Daniel Amorim Assumpção Neves)

Direito Processual Penal – Processo Penal (Norberto Avena)

Direito Tributário – Sinopse de Direito Tributário (Roberval Rocha) e Direito Tributário (Ricardo Alexandre)

Humanística – Filosofia do Direito (Paulo Nader), Noções Gerais do Direito e Formação Humanística (João Lordelo), Aulas do Professor Rosângelo (Curso Mege), Aulas do Professor Juliano (Curso CPIuris) e Aulas do Ouse Saber.

Sentença Cível – Livro de Sentença Cível do Prof. Jaylton Lopes (super recomendado).

Sentença Penal – Aulas dos professores Lorena Ocampos e Samer Agi sobre os 23 pontos da sentença penal condenatória

Qualquer livro/curso que indique para o concurso que não se encaixa nas matérias acima (ex: livro de discursiva da juspodivm que tem várias matérias, vade-mécum de jurisprudência etc) –

Livro de Súmulas do Márcio Cavalcanti (Dizer o Direito)

Livro da Coleção Preparando para Concursos da Juspodivm – Questões Discursivas (Magistratura Estadual)

Livro da Coleção Roteiros de Prova Oral da Juspodivm (Magistratura Estadual)