Histórias de sucesso #116: ALYNE SOUSA DA SILVA - Aprovada no concurso de Juiz Substituto do TJSP
01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:
R: TJ- SP (188).
Estou na Oral do TJMT (2º lugar) e Oral do TJBA (48º lugar).
02 - Outros concursos em que foi aprovado:
R: Analistas de TRT (4 vezes); Analista de TJ (1 vez/TJPA); Procurador Municipal;
03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:
R: Há 3 anos decidi que só sairia da minha cadeira de estudos JUÍZA. Contudo, eu posso dizer que nunca fui uma pessoa que ficou sem estudar, então minha base com algumas matérias sempre foi boa, já que quando assumi como Analista do TJ/PA precisei me dedicar com afinco ao Processo Penal e Penal. A grande diferença é que nesse período eu tinha um compromisso diferente: estudar para me tornar juíza custasse o tempo que fosse!!
04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?
R: Sim! Exercia a função de Analista de Gabinete numa vara criminal da Comarca de Marabá/PARÁ (período de 8h/14h). O trabalho foi o que mais me ajudou na minha preparação, me deu experiência, maturidade e diariamente eu fazia sentenças/despachos/decisões que me exigiam um conhecimento diferenciado.
Eu não teria condições financeiras de perseguir o sonho de ser juíza se não fosse esse cargo, então o que eu digo aqueles que também enfrentam esse problema é que pensem seriamente em conquistar um cargo como analista para depois buscar o seu maior sonho. Para mim, sem dúvida, foi a decisão mais acertada da minha vida!
05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):
R: Estudava em média 4h/5h horas liquidas durante a semana. Eram raros os dias da semana que conseguia ultrapassar 5h, já que durante o primeiro ano de minha preparação buscava fazer exercícios às 6h da manhã. Quando estava de férias/licença na véspera de provas estudava até 10h liquidas. Com o tempo percebi que não são as horas que te passam e sim a sua regularidade na sua preparação. Ainda que você tenha apenas 3 horas de estudo se isso se repetir diariamente você passará! A arte da repetição diária, rotina que vira trabalho te conduzirá ao sucesso!
06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?
R: Durante a preparação inicial eu lia duas matérias por dia, uma mais pesada (CPC) com uma mais leve (Eleitoral, p. ex). Com o tempo, o estudo passou a ser o que era mais necessário e não necessariamente uma matéria ou duas. Já fiquei 2 (dois) dias só em sucessões para tentar melhorar. Não há uma linearidade quando o assunto for o seu conhecimento, se ler todo o dia penal te ajudar esse será seu método ideal.
07 - Estudava sábados/domingos/feriados?
R: No primeiro ano apenas sábado (Das 8h até as 17h00, com intervalo para almoço e lanche). Contudo, no 2º e 3º ano passei a estudar no domingo lendo algo mais leve (informativos) e matérias que tinha mais afinidade. A meta era pelo menos 4h00, mas nem sempre conseguia. Na hipótese de muito cansaço optava por descansar, embora esses momentos tenham sido raros.
08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?
R: Não utilizava e nunca gostei muito. Até a minha primeira segunda fase (TJ/RS) eu sequer utilizava WhatsApp. Acho que vale a pena montar grupos com amigos focados em que há troca de métodos de estudo e demais dicas, fora isso me parece que esses grupos geram mais ansiedade ao concurseiro.
09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?
R: No início fiz e perdi muito tempo. Passei a utilizar o método dos grifos e deu muito certo. Abria a sinopse/livro e grifava os principais conceitos e quando ia estudar novamente aquela matéria lia novamente o grifo antes de começar um assunto novo. Com isso eu acabava lendo o mesmo tema várias vezes e aumentava as chances de absorção do conhecimento. Praticamente só escrevia mesmo quando ia realizar os treinos para a segunda fase.
10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?
R: Não, nunca consegui fazer especificamente revisão. Na verdade, na medida que o candidato for estudando ele vai acabar revisando os temas pois eles se repetem e no fundo as matérias possuem núcleos mais importantes que são cobrados em prova.
11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?
R: Para a primeira fase fazia todo dia, nem que fosse apenas 10 questões. Cheguei ao QC com uma marca de 7.400 questões realizadas. Marcava a matéria apenas e realizava a questão e se errasse a colocava no meu “caderno de erros”. Faltando 20/30 dias para a prova fazia novamente várias questões dividindo o dia por matérias (ainda que tenha feito a prova pessoalmente). Por exemplo: dia 1 administrativo: fazia todas as questões de magistratura dessa matéria e na medida que as questões iam sendo distribuídas eu estudava o tema, fazia uma leitura rápida da lei, pontuava deficiências; era um estudo bem dinâmico.
12 - Com qual frequência lia “lei seca”?
R: Essa eu lia todo dia. Utilizei aquelas tabelas de lei seca que existem no google e lia todo dia pelo menos 1h30 de Lei seca. Além disso, toda e qualquer matéria eu começava pela LEI, lia lei e depois avaliava se a cobrança na prova ultrapassava a legislação ou se tinha um aprofundamento.
13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?
R: No início eu lia informativo todos os dias pois eu estava bem atrasada e ainda os resumia em um arquivo escrito a mão. Entretanto, assim como elaborar resumos, vi que me tomava muito tempo e passei a ler mesmo diretamente no DIZER O DIREITO utilizando a ferramenta BUSCADOR. Passei a estudar informativo por matéria, separava direito civil e lia tudo que dava e assim por diante. Quando estava na véspera de prova lia apenas o cabeçalho no buscador para ver se eu lembrava do tema e seguia para o próximo. Acredito que o BUSCADOR seja uma das melhores ferramentas do concurseiro e o meu melhor investimento.
14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas? Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?
R: Fiz o curso MEGE e JUS TUTOR para as segundas fases e gostei. Para oratória indico o JULIO CESAR ALMEIDA e GLESAN (APROVA ORAL) para treinos simulados, além da preparação psico-emocional da ELAINE (VERBARE EDUCACIONAL) especializada na Prova Oral do TJSP.
Sobre cursos: o que gostaria de dizer aos futuros colegas é que temos excelentes opções de curso, mas não é ele que te aprova. A sua aprovação virá após avaliar os seus erros e acertos, independentemente do cursinho que tenha feito. Lembro-me na primeira segunda fase fiquei chateada porque a sentença cível foi algo fora da aposta do cursinho, mas depois, com a minha maturidade, vi que o cursinho (seja ele qual for) vai apenas te lapidar, dizer seus erros, já o mérito da sentença, das questões dissertativas, dependem de nós!
Além disso demorei entender que não adianta você treinar todo dia uma sentença se não tiver o conhecimento jurídico para aplicar. Para além de conhecer a técnica da dosimetria, cabe ao candidato conhecer como aplicar determinado artigo e por isso no estudo da segunda fase o próprio candidato deve avaliar se ele, depois de já ter feito algum curso e aprendido a técnica, precisa realmente fazer outro. As vezes a reprovação na segunda fase não vem da falta de técnica e sim do conhecimento do próprio direito material que só é obtido no enfrentamento aluno/cadeira/mesa.
15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?
R:
1ª FASE:
Eu sempre elaborei meus cronogramas de estudo e isso me ajudou muito a ter uma organização do que deveria ser estudo. Recomendo ao candidato fazer primeiramente uma prova real de juiz em sua casa tentando simular o máximo possível. Depois separar em planilha tudo aquilo que tenha errado por temas (Ex. tribunal do júri, atos administrativos). Em seguida realizar o seu cronograma com base nos erros e assim sucessivamente, fazendo diversos simulados, seja do QC ou de outro lugar. A cada questão há uma sinalização de novo estudo. Perceba que há temas de Direito Civil que nunca serão cobrados em prova (descoberta por ex. ) e então não adianta você estudar todo o Direito Civil, isso só te trará ansiedade pois você nunca terminará. Além disso eu criava uma planilha no Excel chamada ‘DEFICIÊNCIAS’ em que eu colocava os temas em que eu tinha mais dificuldade
Então meu estudo era assim: separava os temas (recuperação, controle, direitos reais, e estudava durante 15 dias. Depois fazia um simulado, avaliava meus erros e novo cronograma. O meu estudo era composto por leitura de lei seca (tabela), temas do dia (sinopse se necessário) e questões. A vantagem de fazer questões te fornece maturidade para você perceber que certos temas bastam a lei, outros não, é uma espécie de percepção que só o estudo continuado te dará.
2ª FASE: Aqui perceba: você terá o Vade Mecum! Então o foco deve ser estudar o direito material doutrinário e treinar sentenças e dissertativas. Dentro de cada matéria deve ser estudado aquilo que não vai estar a sua disposição no dia da prova (por ex. teoria do crime, controle) e ser “abandonado” de algum modo aquelas matérias que a carga doutrinária é muito baixa (ex. ambiental/eca), bastando um bom conhecimento da lei seca para manuseio na prova (conhecimento que a primeira fase te dará). É necessário sopesar a quantidade de treino com estudo, pois sem o conhecimento aplicado do direito material a mera técnica de sentença não resistirá ao examinador. Recomendo muito o compilado de jurisprudência do Leopoldo, pois além de ser extremamente completo possui na primeira página uma pesquisa de temas de sentença e dissertativa, assim, após conhecer esse material, eu passei a guiar meus estudos de dissertativa e sentença pelos temas que já foram cobrados e isso me ajudou tanto no TJMT quanto no TJBA.
ORAL: Aqui é estudo acumulado. A lei seca, buscador do dizer o direito e seus grifos/resumos deverão ser reunidos por meio de exposição do conhecimento. Na grande maioria dos concursos os candidatos se reúnem e constroem pontos que ajudam bastante em temas novos. Eu acabei optando por usar meu próprio material (sinopses/livros grifados) e acessando apenas o que eu não tinha. Treinar com colegas que estão na oral é ótimo e deve ser feito após realizar um curso especifico (indico o do Júlio Cesar) e aplicar as técnicas ensinadas.
16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?
R: Estudei para o TJSP e TJRS e não me ajudou muito. Embora essa seja a grande dica dada pelos cursinhos em geral, acredito que deve ser avaliado se o teu examinador tem um perfil acadêmico e tem produções literárias. Se o examinador apenas exercer a função de desembargador sem muito destaque acho que é prejuízo tentar “adivinhar” o que vai cair, sendo mais válido estudar o direito material de modo organizado. No final das contas será cobrado um tema do Edital e o estudo do direito material será mais seguro do que ler todos os artigos do examinador. Entretanto, se um dos examinadores for alguém relevante naquilo que atua (um examinador do 188 tinha essa característica) vale a pena estudar os temas que ele escreve (ex. arbitragem era foco do examinador do 188), sem perder muito tempo com artigos, pois pode comprometer a própria preparação.
17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?
R: Adotaria o entendimento do tribunal local acaso não fosse vinculante, ressalvando o entendimento do STJ (demonstrar conhecimento).
Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:
R: Prezados Futuros Colegas, quero dizer-lhes que TODOS somos capazes. Eu sou natural do interior do Estado do Pará, vim de escola pública, minha família é simples, ninguém é do ramo de Direito, só fui para a faculdade porque ganhei uma Bolsa do PROUNI para estudar na PUC em Goiânia e trabalhei durante toda a minha faculdade (fui operadora de telemarketing dentre outras funções). Por muito tempo eu acreditei que ser juiz ou promotor era algo restrito àqueles com grandes condições financeiras e confesso que fui fazer o TJSP porque “todo mundo ia”.
No fundo eu não acreditava que eu teria capacidade para ser juíza em São Paulo, sabia que eu seria juíza, mas em São Paulo em custei criar qualquer expectativa. Entretanto, para aqueles que creem em Deus nada, absolutamente nada, é impossível. Então eu roguei a Deus que me capacitasse e ele me demonstrou que é poderoso para fazer infinitamente mais (Efésios 3, 20 – leiam).
Ao final de toda a minha preparação eu vejo que quem passa é quem não tem medo de APANHAR. Será aprovado o candidato que reprovar na 1ª fase e ver naquela prova a opção de passar na próxima. Toda prova que eu fazia (real ou simulada) eu anotava meu nível, cheguei a fazer planilha com a porcentagem de erros e acertos por matéria. Se eu estava triste era com tristeza mesmo que o estudo acontecia, salvo se o nível estivesse muito absurdo. Nas horas de muito cansaço eu dançava funk e sertanejo (não riam rs) e depois voltava saltitante para a cadeira (trabalhava o meu lado direito do cérebro).
A cada prova feita eu analisava tudo: foi falta de lei? Juris? Doutrina? Eu nunca tive medo de achar meu defeito, pois estará aprovado aquele que errar menos e não aquele que sabe tudo. É preciso que os senhores tenham gana de vencer e que a vontade de se preparar seja maior do que a própria vontade de passar; não adianta reclamar que não passou se não enfrentar a matéria que te reprovou; quanto mais você profissionalizar seu estudo mais suas chances aumentarão. A gana refletirá na capacidade de dizer NÃO. É necessária uma ALTA DOSE de compromisso com seu sonho: eu dizia NÃO com tanta facilidade que cansei as pessoas, eu realmente queria passar, estudar era meu trabalho e trabalho nós só faltamos em situações raríssimas. Eu vejo que as pessoas querem passar, mas também querem estar em todos os eventos e dizer sim para todo mundo, só que estudo é REPETIÇÃO e quanto mais você REPETE mais você aprende.
No mais, digo-lhes com convicção: não existe o geneticamente preparado para passar (ESQUEÇAM ISSO), não existe o inteligente que passa sem estudar, existe a pessoa que estuda, que se avalia, que se coloca na parede e descobre, a sua maneira, como chegar na aprovação. A palavra de ordem, portanto, é DIAGNÓSTICO: descubra o que te derruba, seja o técnico da sua preparação, faça o gol e levante a taça da sua vida.
BIBLIOGRAFIA
Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):
Direito Administrativo – Matheus Carvalho + Sinopse - ambos JUSPODIVM
Direito Ambiental – Leis Ambientais para concurso + Frederico Amado (leitura muito rara) - ambos JUSPODIVM
Direito Civil – Coleção Sinopses da JUSPODIVM
Direito Constitucional – Pedro Lenza (base) + Coleção Sinopses da JUSPODIVM
Direito do Consumidor – Leis Especiais para concurso (CDC) - JUSPODVM
Direito do Eleitoral – Sinopse da JuspodIvm
Direito Empresarial – Livro do André Santa Cruz (Recomento muito para os que detestam essa matéria)
Direito da Criança e do Adolescente – Sinopse da Juspodivm
Direito Penal – Parte Geral – Sinopse da Juspodivm
Direito Penal – Parte Especial do Código Penal – Rogério Sanches (apenas para consulta, utilizei mais jurisprudência e minha experiência na área criminal)
Direito Penal – Legislação extravagante - Gabriel Habib
Direito Processual Civil – Daniel Amorim
Direito Processual Penal – Renato Brasileiro
Direito Tributário – Ricardo Alexandre
Humanística – fiz vários cursos e li vários materiais específicos.
Sentença Cível – Luiz Otávio Rezende Juspodivm
Sentença Penal – Luiz Otávio Rezende Juspodivm
Qualquer livro/curso que indique para o concurso que não se encaixa nas matérias acima (ex: livro de discursiva da juspodivm que tem várias matérias, vade-mécum de jurisprudência etc) – Buscador do Dizer o Direito e compilado de jurisprudência do MAGISTRATURA ESTADUAL EM FOCO.