Histórias de sucesso #115: Aline Amaral - Aprovada no concurso de Juiz Substituto do TJSP

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: TJSP e aguardando oral TJMT.

 

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: Oficial Escrevente TJRS, Analista Defensoria Pública do RS, Secretário de Diligências MPRS e Técnico Judiciário do TRF4.

 

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: 2 anos e 4 meses dedicados para a magistratura, mas estudo para concursos desde 2013.

 

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: Sim. Trabalhei como analista da DPERS e como Técnica Judiciária do TRF4 durante os estudos para a magistratura.

 

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: Não fiz controle de horas. Em regra, estudava aos sábados e 4 dias durante a semana, antes ou após o trabalho. Nas vésperas de prova, intensificava para estudar também aos domingos.

 

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Gostava de estudar duas matérias por dia. Ficava focada nessas duas matérias até concluí-las e então partia para duas novas. Esse era o “estudo padrão”, mas em vésperas de segunda fase e da prova oral tive que incluir mais matérias por dia.

 

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: Tive que conciliar trabalho e estudos, então não podia descartar os finais de semanas e feriados, pois eram os dias que tinha mais tempo disponível.

 

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Como qualquer método de estudo, acredito que grupos de whatsapp podem ser proveitosos desde que haja a separação entre o que agrega e o que só distrai. Participei de grupos em que os candidatos faziam “tumulto” falando sobre reprovações em massa de forma arbitrária, anulações de provas, interferências externas que poderiam impedir nomeações... enfim conversas que só prejudicam o emocional. Minha opção foi sair dos grupos em que boa parte dos candidatos agia dessa forma. Os grupos que mais aproveitei eram direcionados ao estudo de banca e organização para estudos de prova oral. A troca de informações com os colegas acerca da banca de exame oral foi fundamental para a aprovação.

 

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: Confesso que meu material de estudo não era bem organizado. Para algumas matérias utilizava resumo de videoaulas, para outras utilizava doutrina e para alguns poucos pontos do edital fiz resumo próprio.

 

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

R: Não. Costumava revisar apenas as matérias que tinha mais dificuldade e os pontos que errava ao fazer exercícios.

 

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: Meu cronograma de estudos não era rígido ou muito organizado. Eu tentava estudar o máximo de dias possíveis dentro do que o cansaço físico e emocional permitia, mas não possuía metas fixas. Eu tentava resolver ao menos 5 questões por dia, porém, mais falhei do que atingi a meta.

 

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: Hoje percebo que a introdução de “lei seca” no meu estudo foi tardia. Na faculdade não tive o costume de estudar diretamente dos textos de códigos, pois os professores indicavam a leitura primária da doutrina. Por muito tempo esse foi o meu estilo de estudo e evitei ler diretamente as leis. Somente tive completa ciência da importância da “lei seca” quando fui preparar meu vade mecum para levar na primeira prova de segunda fase que fiz. Como é possível a consulta à legislação não comentada, percebi a importância de estar familiarizada com a letra da lei para fundamentar adequadamente questões discursivas e as sentenças.

 

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: Estudava jurisprudência uma vez na semana através da leitura do livro do Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito.

 

14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas?  Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R: Contratei mais de um curso online extensivo para preparação da carreira da magistratura, porém, incorri em um erro que acho que muitos concurseiros partilham: nunca concluí nenhum. Fiz cursos do CERS, CPIrus e Enfase, e embora ache que todos tenham pontos altos e baixos, como não concluí nenhum deles, sinto que não sou a pessoa mais indicada para opinar qual seria o melhor.

Para a fase oral fiz o curso presencial do Aprovandi com o Marcelo Lage e recomendo. Afastou muitos medos que eu tinha sobre a prova oral, especialmente porque eu vinha de uma reprovação em prova oral.

 

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R: O melhor método de estudo é aquele que se adequa a sua necessidade e realidade. Pode ser uma frase óbvia, mas percebi como era real quando convivi intensamente com outros colegas durante a fase oral do TJSP. Formei um grupo de estudo com mais 5 colegas que moravam na mesma cidade, e cada um possuía um método de estudo diferente. Uma colega estudava por meio de resumos e mapas mentais que começou a confeccionar na faculdade e a acompanharam durante os anos de estudo para a magistratura. Outra colega não fazia resumos e nem cadernos físicos, estudava apenas por pdf e cadernos que mantinha apenas no computador. Já outro colega investia em cursos online. Enfim, os modos de estudos foram os mais variados possível, mas em comum todos tinha conseguido êxito em várias fases do concurso da magistratura. Então, acredito que o importante é confiar no seu método de estudo e não desistir dele ao saber que uma outra pessoa conseguiu aprovação rápida estudando de outro modo. Cada pessoa tem seus métodos de aprendizagem e não há certo ou errado.

 

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: Só participei de estudo de banca quando estava me preparando para a prova oral do TJSP e foi fundamental para a aprovação. Recomendo a todos que cheguem nessa fase de concurso que conheçam bem os seus examinadores, inclusive os suplentes que possam estar presentes no seu dia de prova.

 

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R: Pontuaria que tenho conhecimento que o tribunal local adota entendimento diverso, mas seguiria a orientação dos Tribunais Superiores.

 

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:

R: A primeira mensagem que quero deixar é para as mães concurseiras. Não, eu não sou mãe ainda e não tenho experiência para dar dicas de como conciliar o estudo e o cuidado com os filhos. No entanto, eu posso dar uma visão do lado contrário. Sou filha de uma mãe que foi concurseira e que teve que dedicar anos de sua vida ao estudo para concursos ao mesmo tempo em cuidava de uma filha pré-adolescente. Sei que minha mãe sentiu culpa durante o estudo por não estar dando a atenção que achava que eu merecia. Vejo que muitas concurseiras mães também relatam essa difícil realidade de conciliar tempo de estudo com a atenção aos filhos. Não tem fórmula mágica, é necessário abdicar de tempo de convivência familiar para focar no estudo para concursos que estão cada vez mais disputados. Contudo, posso dizer que minha mãe foi minha maior inspiração para estar onde estou hoje. Ao ver ela estudando me motivei a buscar o concurso público quando adulta. Foi o esforço dela que me preparou emocionalmente para estudar por muitos anos sem desistir e sem deixar de acreditar em mim. E foi com o sucesso dela nos concursos que nossa família teve o suporte financeiro para que eu pudesse buscar o sonho da magistratura. Então, queria falar para todas as mães concurseiras que estão angustiadas com essa fase da vida - assim como foi para minha mãe - não achem que estão prejudicando seus filhos ou sendo egoístas ou qualquer outro sentimento associado à culpa pela ausência. Essa fase de estudos passa, mas o exemplo para os filhos de esforço e dedicação ficará gravado.

A segunda mensagem que eu queria deixar é sobre não desistir e continuar acreditando em si mesmo após uma reprovação dolorida. No final do ano de 2018 fui habilitada para fazer a prova oral do concurso da Defensoria Pública para o meu estado. Eu trabalhei por dois anos na instituição e criei uma forte admiração pelo trabalho de Defensor Público. Assim, mesmo desejando desde a faculdade seguir a carreira da magistratura, me dediquei ao máximo ao concurso de Defensor Público no meu estado, pois era a oportunidade de voltar à instituição como membro e realizar um trabalho que também traria satisfação pessoal e financeira. Passei as festas de fim de ano de 2018 me dedicando exclusivamente ao concurso. Acordava cedo e dormia o mais tarde que meu corpo permitia para focar o máximo para essa prova. Era a minha primeira prova oral e nunca havia me entregue tão fortemente ao estudo de uma fase de concurso. Realizei a prova oral no início de 2019 e mesmo acreditando que meu desempenho foi bom, fui reprovada. Essa reprovação doeu demais e foi o primeiro momento em que realmente pensei em desistir de concursos que exigissem prova oral. Passei a duvidar da minha capacidade, pois me dediquei ao máximo para a prova e não foi o suficiente. Nesse momento o apoio da família e dos amigos foi muito importante, pois estava psicologicamente abalada. Felizmente felizmente ainda no ano de 2019 obtive aprovação para realizar prova oral da magistratura do TJSP e TJMT. Confesso que a reprovação anterior na oral me assombrava. O maior trabalho que tive foi voltar a acreditar que era possível e que eu não era inferior a outros candidatos que estavam na mesma fase. Conheci colegas que também vieram de reprovação em provas orais e, embora fosse comum o medo de mais um fracasso, o desejo de conseguir superar esse obstáculo era maior. Para a prova oral do TJSP não mudei o método de estudo, mas renovei a fé em mim mesma e em Deus, além de contar com a ajuda de colegas de estudo (que também eram candidatos para o mesmo concurso) que foram fundamentais na minha preparação. Hoje posso chamá-los de amigos.

Escrevo na véspera do natal, aprovada na magistratura do TJSP e podendo aproveitar as festas de fim de ano de uma forma mais leve. Foi sofrido, não foi fácil e exigiu muito psicologicamente, mas ver meu nome na lista de aprovados é a concretização de um sonho que por alguns momentos achei que não era possível. A todos que querem fazer concurso para a magistratura, meu conselho é que continuem acreditando que é possível mesmo após uma ou várias reprovações.

 

                                               BIBLIOGRAFIA

 

Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):

Direito Administrativo – Criei minha base com curso do Matheus Carvalho do CERS, mas não me adaptei com nenhum manual.

Direito Ambiental – Sinopse de Direito Ambiental do Frederico Amado.

Direito Civil – Manual de Direito Civil de Sebastião de Assis Neto, Marcelo de Jesus e Maria Izabel de Melo.

Direito Constitucional – Curso de Direito Constitucional do Dirley da Cunha.

Direito do Consumidor – Lei Seca e Vade Mecum Jurisprudência Dizer o Direito.

Direito do Eleitoral – Sinopse de Direito Eleitoral do Jaime Barreiros Neto.

Direito Empresarial – Sinopse de Direito Empresarial do André Santa Cruz Ramos

Direito da Criança e do Adolescente – Lei Seca e Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito.

Direito Penal – Parte Geral – Manual do Rogério Sanches Cunha.

Direito Penal – Parte Especial do Código Penal – Sinopse do Marcelo André de Azevedo e Alexandre Salim.

Direito Penal – Legislação extravagante -  Nenhum material específico.

Direito Processual Civil – Curso de Direito Processual Civil do Freddie Didier (são 5 volumes, mas acho que valem a pena)

Direito Processual Penal – Manual de Processo Penal do Renato Brasileiro.

Direito Tributário – Sinopse de Direito Tributário do Roberval Rocha.

Humanística – Nenhum livro específico. Utilizei resumos de colegas.

Sentença Cível – Curso de sentença da Emagis e livro Praticando a sentença cível do Marcelo Pimentel Bertasso.

Sentença Penal – Curso de sentença da Emagis.

Qualquer livro/curso que indique para o concurso que não se encaixa nas matérias acima (ex: livro de discursiva da juspodivm que tem várias matérias, vade-mécum de jurisprudência etc) –