Histórias de sucesso #113: Camilli Queiroz da Silva Gonçalves - Aprovada no concurso de Juiz Substituto do TJSP

 

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: TJ/SP (188º).

 

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: a) Analista de Processos Administrativos – Advogado da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia; b) Analista Judiciário / Subescrivão - Área Judiciária do TJ/Bahia; c) Juíza Leiga do TJ/Bahia.

 

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: Os estudos, especificamente para a magistratura, iniciaram no início de 2016, logo, foram 03 anos e 06 meses até a aprovação. Mas, iniciei os estudos para concursos públicos em julho de 2012.

 

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: A partir de 2012, com foco nos estudos, passei a atuar na advocacia de modo pontual. Em agosto de 2015, assumi como juíza leiga do TJ/Bahia, mas, permaneci por menos de 01 ano (motivos pessoais). E, em janeiro de 2019 iniciei como advogada da Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais do Estado da Bahia.

 

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: Eu não sei precisar as horas líquidas, porque tudo dependia do dia/momento/situação. Me considero focada e disciplinada. Assim, os estudos viraram a minha própria rotina. Mas, compreendendo que a vida tem as suas próprias regras, para não me frustrar, resolvi ser prática: já acordava sabendo que iria estudar, fosse por 4hs, 6hs ou 8hs líquidas no quarto, ou, por apenas 1h durante a espera no consultório médico/aeroporto/balé da minha filha.  

 

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Em regra, estudava 02 matérias por dia, durante 02 dias consecutivos. Mas, repito: sempre me ajustei às etapas de provas e, às minhas necessidades, de modo que, se eu percebia uma maior dificuldade em empresarial, por ex., eu a acrescentava no cronograma-base, aumentando a sua quantidade de dias de estudos. Assim, eu fazia um cronograma-base, porém, ele e eu nos ajustávamos às situações (rsrs).

 

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: O início de estudo para a magistratura coincidiu com o período da minha 1ª gravidez. Estudei normalmente (incluindo finais de semana/feriados) até data próxima ao parto e, retomei 15 dias após (a obstetra sempre me disse: “põe o livro de um lado e a filhinha do outro” – rsrs). Mas, a partir daí, resolvi que os meus finais de semana/feriados seriam da minha família. E, com o apoio do meu marido (“meus braços direito e esquerdo”) e da minha funcionária (01 anjo em minha vida) retornei às viagens de provas quando minha filha fez 04 meses.

 

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Particularmente, não gosto de redes sociais/grupos. Mas, com relação ao TJ/SP, percebi tal importância. Os “grupos de aprovados” foram formados por colegas responsáveis, focados. Assim, foram ferramentas fundamentais para a minha preparação, através da organização de treinos, materiais/resumos, acompanhamento de publicações etc.

 

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: Sempre gostei de fazer os meus próprios resumos/materiais. No início dos estudos (2012), quis anotar “tudo de tudo”, até perceber os excessos de materiais acumulados sem quaisquer releituras. Então, à época da 1ª gravidez (2016) decidi que compraria meu último curso completo de vídeos-aulas (para firmar minha base), e, ao invés de fazer anotações de aulas, passaria, conjuntamente, a ler “lei seca”, informativos e, responder questões. Assim, os meus resumos passaram a ser as “leis secas” das principais matérias, que eu as “jogava” em arquivos de word (de fácil atualização): eu destacava as palavras-chaves dos artigos que julgava importantes; abria tabelas entre um artigo e outro para fazer “lembretes” rápidos de jurisprudências, enunciados e/ou teorias. Mas, realmente, era tudo muito resumido.

Eu lia e relia os mesmos arquivos de word, de modo que “nos tornamos melhores amigos” (rsrs) e, ajudei a minha “memória visual”.

 

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

R: Não. Eu sempre fiz cronograma-base e procurava segui-lo. Mas, a vida não é linear (já falei isso 1000x – rsrs). Então, naturalmente, quando da resolução de questões, através dos erros, eu percebia a necessidade de revisar determinada matéria/assunto. E, próximo às provas, eu focava nestas dificuldades e nas matérias que tinha menos contato (exs.: empresarial e eleitoral) ou, certamente as esqueceria no domingo de prova.

 

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: Regularmente. Eu não gostava de resolver questões, mas, quando percebi sua importância, meus estudos/desempenho evoluíram.  Inclusive, otimizei meu tempo porque parei de “sentir a necessidade” de assistir vídeos-aulas para as provas objetivas e de fazer os respectivos resumos. Ademais, resolvendo questões, você aprende “a fazer prova”, e a lidar com o tempo de prova.

 

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: Regularmente. Passaram a fazer parte do meu cronograma-base. Como dito acima: peguei as “leis” das principais matérias, joguei em arquivos de words e, as lia regularmente, destacando os principais artigos, preenchendo-as com lembretes de informativos, enunciados e teorias. Eram os meus resumos. Eu lia e relia cada material feito a partir da “lei seca”. Obs.: hoje eu vejo materiais já prontos neste perfil, mas, quando os iniciei em 2016, não os conhecia; e, “nada como fazer seu próprio material”, com base em suas próprias necessidades/dificuldades.

 

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: Regularmente. Lia diretamente do site do buscador do dizer o direito (gratidão pelo idealizador!). Mas, aquela informação/palavra que considerava “cara de prova”, eu jogava na tabelinha do word, juntamente com a “lei seca”, para ler e reler. E, na véspera da prova a leitura do informativo específico (disponibilizado pelo site do dizer o direito) era de leitura obrigatória no hotel/aeroporto/avião. 

 

14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas?  Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R: Sim, com certeza. Mas, friso: minha caminhada foi longa, de modo que “todos os ensinamentos recebidos contribuíram de alguma forma para a tão sonhada aprovação”. *As respostas tomarão por base, unicamente, os estudos/cursos feitos para a magistratura:

  1. I) Com relação às provas objetivas, sugiro a realização de 01 único curso completo que te ajude a “formar a base” (até porque não podemos gastar tanto dinheiro e nem “ficar dependente” de curso). Depois, a fixação do conteúdo ocorrerá com a constância na resolução de questões, leitura de “lei seca” e informativos. No meu caso, não tinha dificuldades com as provas objetivas (meu “drama” era a fase de “sentenças”). Na época, grávida da minha 1ª filha, e buscando evitar qualquer interrupção nos estudos, comprei o curso completo de juiz federal do Ênfase – eu sabia que era “federal”, mas, era completo e tive indicações. Obs.: minha situação era pontual, e, longe de me arrepender, sei que hoje temos cursos igualmente sérios e direcionados à carreira da magistratura estadual (fica a critério de cada um!).
  2. II) Com relação às provas subjetivas sugiro muito estudo/treino com base na leitura de informativos e “estudo da Banca” – assim, você revisa conceitos/teorias etc. Eu e um grande amigo (Higor) criamos o hábito de elaborar questões discursivas: enviávamos um para o outro de 04 a 06 questões que deveriam ser respondidas em determinado período de tempo e, somente com o uso do vade mecum. Assim, além de estudarmos conceitos/jurisprudências/Banca para responder as questões, estudávamos para elaborá-las. Ex.: Banca com perfil patrimonialista ou garantista, você foca nisso! Ademais, indico os materiais organizados pelo Magistratura Estadual em Foco e, as aulas de Humanística do Profº Juliano do CP Iuris.

III) Sentenças: indico as aulas do CP Iuris (meu “divisor de águas”), aliadas aos treinos constantes. Eu passei a compreender a técnica das sentenças com o referido curso (muito grata!) e, as fixei com muiiiiitooo treino (deixa a preguiça de lado e vai!).

  1. IV) Oral: eu indico o Curso do Magistratura Estadual em Foco (gratidão!). Foi o “meu divisor de águas”, porque eu não tinha experiência com prova oral. E, pior, eu não compreendia o significado do “estudar para as 24 horas”. Aprendi com o Curso (após inúmeros desejos de “chorar e sair correndo” – rsrs). Somente com os treinos a Banca ganhou “feição e familiaridade”. Indico, também, o curso do Aprova Oral do Glessan (fonoaudiólogo): fiz via Skype e, trabalhamos com fatores que nem imaginava que “faziam toda a diferença”. Por fim, indico muiiiiitos treinos com os colegas, via Skype/presencial (como puder!). Nesta fase, o trabalho em equipe é essencial. Obs.: se você não puder/desejar fazer qualquer curso: compre 1 livro de prova oral e treine em casa, mas treine!

 

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R: Não, desconheço. Eu segui o básico e, realmente, creio que cada um tem o seu momento/tempo. É fazer o que tem que fazer: sentar e estudar; no mais, permanecer na “fila”.

 

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: Sim. E, para o TJ/SP isso foi fundamental.

 

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R: Eu adotaria o entendimento do Tribunal responsável pela elaboração da sentença, mas, demonstraria conhecimento ao ressaltar o pensamento divergente dos Tribunais Superiores.

 

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:

R: Sejam resilientes: o gigante que vive dentro de você, é único, somente você o conhece (ninguém mais!).

A minha peregrinação durou 07 anos e, não atribuo tamanha caminhada à ausência de métodos diferenciados, mas, à vida que não estaciona para você estudar, errar, aprender, ou fazer qualquer outra coisa.

Sempre ouvimos relatos de pessoas que enfrentaram/enfrentam problemas financeiros ao longo dos estudos, outras, situações mais pessoais.

Enfim, cada qual tem a sua individualidade/história/tempo. Então, não se compare, meu/minha amigo(a) - os seus problemas não são maiores, nem menores! Eles existem para todos!

Eu perdi pessoas importantes (a elas dedico a minha vida!) ao longo da minha jornada, inclusive, dentro deste período de 07 anos.

Mas, como já falei (no amor ou na dor!), entendendo que a vida não estaciona, escolhi prosseguir (porque os sonhos também se respeitam!).

Tive que aprender a silenciar as vozes veladas do “ela ainda/só estuda”, e, igualmente, me vi estudando, errando, perdendo entes queridos, casando, estudando novamente, abdicando da vida social, perdendo/reprovando, persistindo! (Obrigada, Deus!)

Obs.: à época dos estudos da prova oral (TJ/SP), me sentia muito cansada (uma mistura dos hormônios da gravidez - estou grávida de 06 meses - com o medo do desconhecido)...e, inicialmente, eu não conseguia responder as perguntas dos treinos do Curso (travei!). Internamente, eu me dizia “não desista de você” – então, pedi ao Leopoldo para também não desistir de mim ... obrigada, Leopoldo! (cerque-se de pessoas positivas e que sonham com você!)

Às mamães concurseiras, todo o meu apreço! - o feito, realmente, é melhor que o perfeito! Bons estudos!

 

                                               BIBLIOGRAFIA

 

Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):

Direito Administrativo – fiz a base com as aulas do Válter Shuenquener (Curso Ênfase) e adotava, pontualmente, os livros da Di Pietro e Carvalho Filho;

Direito Ambiental – Sinopses/Juspodivm;

Direito Civil – fiz a base com as aulas do Curso Ênfase e adotava, pontualmente, os livros do Tartuce; Cristiano Chaves;

Direito Constitucional – Pedro Lenza;

Direito do Consumidor – Sinopses/Juspodivm;

Direito do Eleitoral – Sinopses/Juspodivm e, vídeos-aulas (matéria isolada) do Curso Renato Saraiva;

Direito Empresarial – Sinopses/Juspodivm e, vídeos-aulas (matéria isolada) do Curso CP Iuris;

Direito da Criança e do Adolescente – Sinopses/Juspodivm;

Direito Penal – Parte Geral – Rogério Sanches e Cleber Masson;

Direito Penal – Parte Especial do Código Penal – Rogério Sanches;

Direito Penal – Legislação extravagante -  leitura de “lei seca” e, vídeos-aulas do Curso CP Iuris;

Direito Processual Civil - leitura de “lei seca” e adotava, pontualmente, o livro do Daniel Assumpção.

Direito Processual Penal – fiz a base com as aulas do prof. Marcelo Uzeda (Curso Ênfase) e adotava, pontualmente, o livro do Renato Brasileiro.

Direito Tributário – fiz a base com as aulas do Curso Ênfase;

Humanística – aulas do professor Juliano (Curso CP Iuris);

Sentença Cível – aulas do CP Iuris

Sentença Penal – aulas do CP Iuris

Qualquer livro/curso que indique para o concurso que não se encaixa nas matérias acima (ex: livro de discursiva da juspodivm que tem várias matérias, vade-mécum de jurisprudência etc) -