Histórias de sucesso #109: Lorany Serafim Morelato - Aprovada em Primeiro Lugar no concurso de Juiz Substituto do TJPR

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.

 

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: Técnica Judiciária do TRF2. Técnica Judiciária do TRT5, Analista Judiciária do TRT2 e do TRT17, Oficial de Justiça e Analista do TRF2, Analista de Promotoria do MPES, Analista Executiva da SEGER.

 

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: Eu colei grau em setembro de 2013. No entanto, os estudos com foco direcionado para a magistratura iniciaram, aproximadamente, em novembro de 2016. Consta, no meu aplicativo de cômputo de horas líquidas, o dia 21/11/2016 como o primeiro dia. Foram três anos até a primeira aprovação no concurso de magistratura.

Antes disso, fiz concursos direcionados aos Tribunais, com o objetivo de atuar na assessoria e acumular experiência próxima da carreira que sonhava em integrar.

 

 

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: Sim. Em 09/09/2013 eu colei grau antecipadamente na UFES para assumir o cargo de assessora de Juiz de Direito no Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, cargo em que permaneci até 16/03/2015.

Conciliei o trabalho na assessoria com os estudos para os concursos de Analista de Tribunais, na busca por um cargo efetivo e que me desse estabilidade para perseguir nos estudos para a magistratura.

Aprendi muito como assessora da Vara da Fazenda Pública Estadual e era estimulada pela minha chefe a perseguir nos estudos.

Fui nomeada em para o cargo de Técnica Judiciária do TRF2 em março de 2015. Assumi o cargo e fui, em razão da experiência pretérita, lotada no gabinete da 2ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim. A partir da minha posse como técnica, resolvi aprofundar nas matérias de direito público e com o foco primordial no trabalho, para me adequar a realidade da Justiça Federal.

Fui nomeada como Analista do TRT2 em 2016, todavia, optei por permanecer na Justiça Federal, pois estava muito integrada à equipe e começando a criar uma rotina saudável de estudos.  

Faço um adendo para consignar que, concomitante ao direito, sempre gostei de atividades culturais, fiz teatro por muitos anos. Em julho de 2016, apresentei um projeto de Teatro, que havia me dedicado com avinco com uma querida amiga desde 2014.

Após realizar esse sonho, percebi que permanecia incompleta e a vontade de me realizar na magistratura realçou ainda mais quando completei os três anos de prática jurídica em setembro de 2016.

Conversei com minha família e com meu namorado, meus principais apoiadores, e iniciei no fim de 2016 os estudos para a magistratura. Desfiz todas a minhas redes sociais (escolha pessoal, em razão da minha necessidade de focar exclusivamente e romper com os outros eventos), e passei a conciliar os estudos com a assessoria. Desde o início meus planejamentos eram feitos com meu namorado, que dividia as horas por matérias, evitando que eu ficasse mil horas em um mesmo tema.

A princípio fiz concursos direcionados para a magistratura federal, até pelo estímulo dos meus colegas de trabalho. Em março de 2017, fiz minha primeira prova objetiva para o TRF2, fiquei reprovada por três pontos. Senti que estava no caminho certo, mas ainda no começo dos estudos e com muita coisa para aprender.

No meio do ano de 2017 saiu o edital do TRF5. A sensação era de que eu não havia estudado metade das matérias necessárias. Foquei três meses e passei entre os dez primeiros na prova objetiva. Mas reprovei na discursiva. No TRF3 e TRF2, que vieram após o TRF5, também reprovei na fase das discursivas.

Passei por período de intensa tristeza, e desamino, diante das reprovações e resolvi voltar às minhas raízes, para a Justiça Estadual. Passei a estudar as matérias que tinham baixa incidência na Justiça Federal (ECA, Eleitoral, Família e Sucessões). Como um verdadeiro presente de Deus, logrei êxito na aprovação na primeira fase do TJPR, TJSC e TJAC. Passei em primeiro lugar na discursiva, na prova oral e no concurso do TJPR.

Acredito que o retorno à esfera estadual é um presente de Deus e de Nossa Senhora das Graças e estou muito feliz!

 

 

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: Conciliando com o trabalho, o tempo médio diário era de 04 horas líquidas. No entanto, normalmente pedia férias 15 dias antes das provas e nesse período tentava superar os meus limites.

Resolvi que em todas as minhas férias daria o meu máximo, pois seria um período curto, meu corpo aguentaria e intensificaria muito nos conteúdos. O máximo de horas líquidas que fiz em uma semana de férias foram 73 horas e 9 segundos (dia 06/11/2017 a 12/11/2017). Nunca mais fiz esse número, mas fiquei realizada em ter aproveitado tão bem meu período de férias e passei a seguir a mentalidade de alta performance nas férias, finais de semana e feriado. Dia de semana, em razão do trabalho, eu estava bem cansada e estudava o suficiente para manter a continuidade.

 

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Desde o início dos meus estudos direcionados à magistratura, como disse, fazia os meus planejamentos em conjunto com o meu namorado, de quem ganhei o livro “Como estudar para concursos públicos” do Alexandre Meirelles e extrai aquilo que era compatível com o meu perfil.

Como eu precisava adquirir conhecimento, e não apenas revisar, fiz ciclos de estudos com algumas matérias por dia (cerca de 04). Permaneci alguns meses assim.       

Quando saia o edital, fazia o cálculo das horas líquidas disponíveis até a prova e dividia pela quantidade de matérias, atentando ainda ao grau de incidência das matérias. Nesse esquema, eu reduzia o número de matérias por dia (cerca de duas).

 

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: Via de regra, sim. Os finais de semana, feriados e férias eram os meus períodos mais produtivos.

 

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Para a primeira etapa me isolei de todas as redes sociais. Achei que foi válido, pois tive uma dedicação integral e formei a minha base. Mas não acho que seja uma regra, cada um precisa avaliar como se sente bem.

Quando passei para a segunda etapa, compreendi que grupos do whatssapp eram importantes para estudo da banca examinadora e até mesmo para a prática em discursiva. Assim, no final de 2017 (quando passei para a segunda etapa do TRF5), retomei ao Whatssap, mas ainda aos grupos restritos aos estudos.

 

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: Sim, inicialmente fazia meus próprios resumos e, após, utilizei materiais de colegas e cursos.

 

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

R: No início dos estudos fazia as revisões de 24h e de 7 dias dos meus próprios resumos. Foi um período sem edital, em que estava construindo a minha base.

 

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: Antes de passar para a segunda etapa, tentava fazer diariamente as questões objetivas.  Utilizava o site TEC concursos, com listas de questões pretéritas do mesmo cargo e banca examinadora.

Na véspera da prova, baixava mais listas de exercícios de provas pretéritas e fazia primeiro aquelas questões com maior incidência (pelo TEC é possível verificar as matérias que mais caem e os assuntos).

Sempre fiz exercícios sem medo de errar. Eu errava muito no começo, e foi justamente fazendo as correções que percebi que as matérias favoritas se repetem. Me desapeguei de querer acertar as questões e queria aprender o conteúdo e evoluir.

 

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: Tentei fazer esquema de leitura diária de lei seca, mas não conciliou com minha rotina. Assim, na rotina normal de estudos, lia o código, de acordo com a matéria do dia, e marcava os artigos que mais caiam nas questões.

Nos últimos quinze dias antes da objetiva, fazia um planejamento arrojado, tentando ler o máximo dos artigos reincidentes em questões e pelo grau de importância.

 

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: Usava o site “buscador dizer o direito” para ler jurisprudência concomitante aos estudos das matérias. Lia as revisões do Dizer o direito. Mais recentemente utilizei um material disponibilizado por uma querida amiga, Andréia Tonin, de jurisprudência e que, inclusive, agora, após aprovada, irei atualiza-lo partindo do site dos Tribunais Superiores.

 

14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas?  Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R:  Indico o curso “magistratura estadual em foco” para a segunda etapa e os materiais disponíveis de cursos pretéritos e jurisprudência.

O site TEC concursos para montagem de listas de questões objetivas.

Para a prova o oral, indico os seguintes cursos: Júlio Cesar Almeida (essencial  para desenvolver a oratória de forma natural, concatenada e confiante); Aurum Cursos Jurídicos (atendimento personalizado e diferenciado); Aprova Oral - Glesam (para aqueles que possam comparecer presencialmente em Vitória-ES, o ambiente de estudos permite muitas trocas e a análise do fonoaudiólogo).

 

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R:  Quanto às etapas dos concursos, o método que indico fortemente é a realização questões pretéritas, tanto na objetiva quanto nas discursivas.

É importante também ser pragmático nos planejamentos, dividindo as horas disponíveis de estudos por matérias, de forma racional e não sentimental (pelas matérias que mais gosta). Comece no tempo que tiver disponível, ainda que seja uma hora por dia! Percebi que a constância é mais importante do que a intensidade! Vou resumir por etapa o que acho mais vantajoso fazer.

Para as provas objetivas: resolva muitas objetivas de forma ágil e corrija uma por uma. Faça um caderno por matéria e anote as questões mais difíceis (as que errou ou quase errou) e as que se repetem (mesmo que sejam fáceis). Não precisa anotar a questão inteira, mas só o suficiente para lembrar e não errar.

Na prova discursiva e de sentenças: compre, ou pegue emprestado, livro com discursivas pretéritas e refaça as questões. Marque o tempo para terminar, capriche na letra e peça para terceiros corrigirem com sinceridade. Sugiro que escreva uma peça (questão ou sentença) por dia e leia em voz alta as outras para aprender o raciocínio.

Na prova oral: pratique em frente ao espelho, simulando a prova com seriedade. Leia a questão e fale tudo que vem mente. Crie perguntas e se imagine em situações de constrangimento, observe sua reação no espelho e tente manter o rosto neutro e confiante.

Por fim, duas coisas que entendo que contribuíram demasiadamente para a minha aprovação: a forma de estudo e o ajuste da rotina ao meu trabalho.

Quanto à forma de estudo, eu estudava para todas as etapas, predominantemente, de forma oral, por isso não conseguia estudar em salas de estudos compartilhadas. Era um método exaustivo, ficava quase sem voz no final do dia, mas era muito efetivo para a memorização das matérias, até para as objetivas; os especialistas dizem que é a forma de aprendizado mais eficiente.

Quanto à rotina diária, via de regra, estudava pela manhã e à noite, e trabalho à tarde. Alguns dias não conseguia estudar à noite, em razão do cansaço do trabalho. Assim, dormia cedo (por volta das 20 horas) e acordava de madrugada (3 ou 4 horas da manhã), quando a mente estava limpa para estudar - fiz isso diversas vezes - e acredito que seja um método bem útil de conciliar trabalhos e estudos.

 

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: Sim, a partir da segunda fase participava de grupos de estudos de banca.

 

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R: Seguiria o do Tribunal, se o entendimento fosse predominante na Corte Estadual e, sobretudo, se o fundamente fosse relevante e capaz de ensejar um overruling na jurisprudência dos Tribunais Superiores.

 

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:

R: Não foi e não é fácil, mas acreditem que é possível. Passei por períodos de extrema tristeza e desânimo, mas a vontade de integrar uma carreira tão bela e de fazer a diferença no mundo, me mantiveram firme. Então, sejam FORTES e CORAJOSOS e NÃO DESANIMEM!

Acrescento que o período que tive melhor desempenho e logrei êxito na aprovação foi concomitante à uma mudança de paradigma. Regulei a minha alimentação com um excelente nutrólogo (reduzi a ingestão de glúten e lactose e passei a tomar suplementos), fiz atividade física (leve, apenas 3 ou 2 vezes por semana) e cuidei da minha mente (oração, aplicativo de meditação e livros extras). Os livros não jurídicos que li em 2019 e que me ajudaram a conter a ansiedade, foram os seguintes: “O Milagre da Manhã” (Hal Elrol); “Um novo mundo. O despertar de uma nova consciência” (Eckhart Tolle); “Mindset” (Carol S. Dweck).

Em suma, posso afirmar que fui aprovada no período em que mais estive desapegada, me dedicava a atividade física, meditação e oração e, aparentemente, estudei menos horas líquidas nesse período, mas já tinham sido muitas horas pretéritas.

                                               BIBLIOGRAFIA

 

Em razão do tempo que iniciei os meus estudos, prefiro não indicar a bibliografia. No entanto, sugiro fortemente os livros de discursiva da juspodium e roteiros para a prova oral, bem como demais base de dados de questões pretéritas de concursos para todas as etapas.