Histórias de sucesso #107: Anna Sylvia Rodrigues e Silva - Aprovada nos concursos de Juiz Substituto do TJSP e do TJRS

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: Juíza no TJ RS e TJ SP.

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: Nenhum. Fiz outros concursos apenas de MP, mas fiquei na prova oral em 2018 do MP SP e em duas segundas fases (MP MG – MP BA).

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: 2 anos e sete meses.

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: Sim, conciliei com três trabalhos. Como assessora de comunicação de uma instituição (sou formada em jornalismo), advogada em um escritório e advogada do sindicato que representa os professores do Estado de Minas Gerais, sendo neste último uma carga horária de 20 horas.

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: Durante três dias da semana, de duas a duas horas e meia (normalmente de 5h às 7h30, às vezes conseguia até às 8h, dependendo do início da jornada de trabalho que precisava cumprir no dia). Nos outros dois dias, viajava a trabalho para atender em outras cidades próximas, e saía às 5h da manhã, impossibilitando o estudo. Durante os fins de semana e feriados, de oito a nove horas por dia.

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Uma apenas a cada dia da semana. Nos fins de semana, como tinha o dia todo, dividia o estudo em três matérias.

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: Sim. Pouquíssimas vezes nos últimos dois anos e meio tirei a tarde de domingo para ficar com a família (sou casada e tenho dois filhos, de 8 e 17 anos) e algumas sextas-feiras de noite quando a semana de trabalho era muito intensa saía para jantar com a família.

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Para a segunda fase e para a prova oral acho essencial, especialmente para ajustar os treinos via Skype. Utilizei também o instagram. Sigo sites de tribunais e de professores. Muitas vezes me atualizei em jurisprudência e novidades legislativas pelo instagram, enquanto aguardava audiências ou nos trajetos de ônibus até as cidades que atendia no meu trabalho.

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: Não. Como nunca tive tempo para assistir vídeo aula, não fiz caderno. No início, quando comecei a estudar, em 2017, fiz um curso para primeira fase e vi toda a matéria por meio de pdfs. Depois, passei a aprofundar pontualmente a doutrina, especialmente em Penal e Processo Civil. Meu primeiro Vade Mecum, de 2017, virou meu “resumo”: tudo que eu achava interessante eu colocava em post it perto do artigo de lei. Aí, minhas revisões eram feitas com base nesse material que fui anexando ao Vade Mecum.

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

 R: Não. Nunca.

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: Sempre às vésperas da prova objetiva, comprava simulados avulsos de cursinhos e fazia provas de concurso. Achava uma boa forma de revisar. Aproveitava as questões para reler os artigos correlatos, unindo o treino das questões objetivas com a leitura de lei seca. Para mim não funciona ler os artigos descontextualizados do conteúdo.

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: Não tinha uma frequência específica. Revisava junto com os simulados e questões.

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: Mantinha atualizados os informativos do Dizer o Direito e imprimia direto do site. Gostava das explicações, que para mim funcionavam como uma revisão de lei seca e de doutrina. Se tinha algum ponto que eu não me recordava direito, revisava aquele conteúdo trazido pelo informativo. Não tinha uma frequência específica, quando via que estava atrasada demais, parava um final de semana e me atualizava. Para a prova oral, comprei o livro de jurisprudência do Dizer o Direito para facilitar o estudo na reta final.

14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas?  Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R: Indico o curso de Prova Oral do Magistratura em Foco (fiz para o TJ SP). Excelente dinâmica e o único que forneceu material da banca com um banco de questões. Fiz um outro em Minas Gerais mas achei pouco produtivo, poucas horas pelo valor cobrado. Fiz também um específico para a prova do RS, dois dias antes da prova, que simulou o clima da banca e foi produtivo para tirar a tensão. Quanto mais treino, melhor.

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R: Objetiva, lei seca e questões. Segunda fase, estudo da banca e treino de peças.  Oral treino, treino e treino, com o máximo de colegas possível.

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: Sim.

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R:  Se eu soubesse com segurança que era um posicionamento consolidado do examinador, utilizaria do tribunal local, fazendo a ressalva sobre o posicionamento dos tribunais superiores.

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:

R: No início dos estudos, ficamos um pouco perdidos diante de tanta oferta de cursos. Eu sempre fui muito intuitiva em relação àquilo que eu achava necessário para meus estudos. Por isso aprofundei em Penal e em Processo Civil, por exemplo, investindo em doutrina. Quando não passei na prova oral do MP SP, por exemplo, vi que precisava dar uma atenção a direito empresarial. Então acho que é mais a gente seguir aquilo que sentimos que precisamos do que procurar uma fórmula.

Estudar para concursos como Magistratura e MP é sinônimo de reprovações no caminho. Fiz minha primeira prova em abril de 2017, do MP MG, sem estudar nada, apenas para servir de marco inicial do meu desempenho. Três meses depois, fiz o TJ SP (o 187) e fiquei com 66. Minha terceira prova foi o MP SP e acabei reprovando na oral. Não tinha experiência, não fiz nenhum curso. O que me ajudou foi já ter emendado outra prova neste período: quando veio a notícia da reprovação já havia passado na primeira fase do MP MG e TJ RS. Então acho que é tentar, tentar e tentar. Eu tinha certa convicção que se persistisse, uma hora ia passar. É claro que há momentos em que nos perguntamos se vale a pena, especialmente em razão das tantas vezes que disse não para minha filha pequena. Isso é o que mais dói. Outra dificuldade é o dilema: precisar diminuir o ritmo de trabalho para estudar e ao mesmo tempo precisar trabalhar mais para pagar despesas com passagem e hospedagem.

Não fechar os caminhos, escolhendo apenas um estado ou uma área (a menos que seja algo que jamais te faria feliz!) também é essencial para aprovação. No início, pensava que eu me daria melhor na carreira do MP, pela fato de advogar. Neste meio tempo, resolvi tentar a magistratura e, depois de estudar humanística, tive outra visão da carreira e gostei muito. Resultado: reprovei nos três MPs e fui aprovada em dois concursos para magistratura.

E o recado principal é não desistir: a felicidade de conseguir é indescritível.

 

                                               BIBLIOGRAFIA

Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):

Direito Administrativo – Não estudei por livros específicos, apenas pdfs.

Direito Ambiental – Não estudei por livros específicos, apenas pdfs.

Direito Civil – Flávio Tartuce.

Direito Constitucional – O do Gilmar Mendes, apenas em alguns pontos específicos.

Direito do Consumidor – Nenhum livro, lei seca e jurisprudência.

Direito do Eleitoral – Alguns temas, como ações eleitorais, no livro do José Jairo.

Direito Empresarial – Uma amiga comprou um curso do professor Juan Vasquez, desistiu da prova por razões pessoais e me passou o curso (paguei o parcelamento que ela havia feito). Aprendi empresarial com ele.

Direito da Criança e do Adolescente – Nenhum livro, lei seca e jurisprudência.

Direito Penal – Parte Geral – Li o Rogério Sanches no início, depois comprei o Nucci. Estudei um pouco no Zaffaroni também.

Direito Penal – Parte Especial do Código Penal –  Lei seca. No final, para prova oral, o Código Comentado do Masson.

Direito Penal – Legislação extravagante -  Materiais diversos, cedido por colegas, sem muita sistematização.

Direito Processual Civil – Didier. Comprei todos os livros dele.

Direito Processual Penal – Lei seca, jurisprudência e o livro do Nestor Távora e do Renato Brasileiro para aprofundamentos pontuais.

Direito Tributário – Praticamente só o CTN e Jurisprudência. Para a prova oral, comprei a Sinopse da Juspodivm.

Humanística – Aulas do Professor Rosângelo Miranda.

Sentença Cível – Nunca adquiri nenhum livro. Fiz um curso específico para segunda fase do TJ RS, com  correção, em que aprendi a técnica de sentença. Depois, para o TJ SP fui treinando sozinha a partir de outras provas e dicas de colegas nos grupos de WhatsApp sobre as particularidade do TJ SP. Faltando uma semana para a prova, estudei julgados dos examinadores.

Sentença Penal – Nunca adquiri nenhum livro. Fiz um curso específico para segunda fase do TJ RS, com  correção, em que aprendi a técnica. Depois, para o TJ SP fui treinando sozinha a partir de outras provas e dicas de colegas nos grupos de WhatsApp sobre as particularidade do TJ SP. Faltando uma semana para a prova, estudei julgados dos examinadores.

Qualquer livro/curso que indique para o concurso que não se encaixa nas matérias acima (ex: livro de discursiva da juspodivm que tem várias matérias, vade-mécum de jurisprudência etc) -