Histórias de sucesso #92: Dayana Claudia Tavares Barros de Castro - Aprovada no concurso de Juiz Substituto do TJCE

 

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: TJCE (2019)

 

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: Este foi meu 1º concurso para magistratura. Fui aprovada também para Analista MPU (2013) e Oficial de Justiça do TJCE (2015).

 

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: Concluí o curso de Direito na UFC em 2012, e a partir de 2013 iniciei os estudos para concurso. Todavia, totalmente sem foco, lia livros, perdi muito tempo, mas hoje percebo que foi tudo necessário para meu amadurecimento nos estudos para concurso.

 

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: Sempre advoguei de forma autônoma para poder conciliar com os estudos. Além do mais, tenho duas filhas pequenas (uma de 1 ano e 9 meses e outra de 3 anos e 10 meses), o que tornava mais difícil conciliar ser mãe, estudar e trabalhar.

 

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: Difícil dizer, pois quando o concurso do TJCE iniciou, a minha filha mais nova tinha apenas 3 meses. Foi muito complicado, achei muitas vezes que não fosse conseguir.

Eu e meu esposo somos cearenses e nosso maior sonho era voltar para nossa terra. Quem me conhece sabe o quanto amo o Ceará. Moramos 3 anos em Macapá, pois ele assumiu o cargo de Procurador Federal em 2012.

Iniciei em 2013 meus estudos para Auditor Fiscal do Trabalho, mas reprovei na prova objetiva, fiquei muito triste, porque me identificava muito com a área trabalhista. As matérias eram diferentes das carreiras jurídicas, e acabei perdendo o foco, mas parei, respirei e comecei a estudar para DPU, pensei que sendo a carreira federal, e meu esposo sendo AGU, de alguma forma seria possível a gente conseguir voltar para Ceará, mas mero engano. Reprovei nas discursivas.

Em 2015 fui aprovada para o Concurso de Oficial de Justiça do TJCE e meu esposo foi aprovado e assumiu a Defensoria Pública do Ceará. Voltamos para nossa terra.

Em 2015 engravidei da minha primeira filha (Sofia) e foi muito difícil estudar, muita dedicação e cansaço, mas continuei aos poucos.

Em 2017, resolvemos que seria bom um irmão/irmã para Sofia, pois se passasse muito tempo, talvez eu desistisse. Então veio a Lara.

Diversas vezes, eu chorava com medo de ter invertido a ordem das coisas, tive filhos e queria estudar.

Mas, pedia forças a Deus e que me mostrasse o caminho a seguir.

Pensei em desistir, só advogar, mas sentia um aperto no coração com essa decisão. Eu achava que concurso não era pra mim, mas ao mesmo tempo sentia que não podia desistir.

Como eu já estava casada, sendo mãe, meu esposo e nossa família aqui em Fortaleza, percebia que eu não tinha muitas opções, fazer concurso em outros Estados era quase impossível, e não fiz.

Lara tinha apenas 3 meses quando o concurso de juiz do TJCE começou...pensei com meu esposo como faríamos para conseguir fazer esse concurso, nós dois queríamos muito.

Foi meu 1 concurso para magistratura, não tinha menor experiência, sequer tinha feito sentenças...mas entreguei a DEUS, que fosse feita a vontade Dele.

Eu amamentei Lara até os 6 meses, foi muito, mas muito doloroso e cansativo, noites acordadas, pós-parto, sono, e tendo que estudar para prova objetiva.

Amamentava ouvindo os informativos em áudio do buscador @dizerodireito. Tentava conciliar o possível. Praticamente virei um “zumbi” (rs).

Minha mãe e minha sogra foram anjos de Deus, ajudavam durante o dia para eu conseguir estudar, eu amamentava, e elas limpavam, davam banho, etc. A Sofia com apenas 2 aninhos queria atenção, ficou com ciúme da mais nova, foi uma loucura.

Só rezava, estudava (nas horas que dava) e pedia forças.  Com 6 meses deixei de amamentar, pois não estava mais com forças, muita ansiedade, e passei a tomar muito café para suportar as noites sem dormir. Dormia cerca de 2 a 3 horas por noite.

Fiquei com refluxo muito forte e tive que fazer tratamento.

Nesse tempo, fomos aprovados na prova objetiva (nem acreditei) e fomos estudar para discursiva e sentenças (meu esposo também aprovado) me ajudou muito, pois me ensinou a fazer sentença. E eu, que gosto de humanística, peguei tudo que tinha de textos e livros, e fomos estudar.

Quando veio a aprovação nessa fase foi um susto tão grande, pois parecia algo impossível de acontecer.

E a fase oral foi intensa, era nossa chance, na nossa terra, treinamos muito com nossos amigos do concurso (carinho enorme por esses anjos que Deus foi colocando no nosso caminho).

Então, eu não tinha horas fixas de estudo, estudava toda hora que dava, elas dormiam, eu estudava.

 

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Gostava de estudar duas matérias por dia, mas tinha dias que não dava, é aprender a conciliar e superar.

 

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: Estudava sempre, pois, com filhos, toda hora é lucro.

 

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Achei bom para as fases discursivas e oral para dúvidas e troca de material, mas se o grupo perdesse o foco não vale a pena.

 

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: Eu não conseguia fazer resumos, perdia um tempo precioso que eu não tinha. Eu anotava no caderno aquilo que fosse relevante e que não poderia esquecer.

 

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

R: Não. Nunca consegui.

 

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: Sempre. Fiquei muitos anos estudando errado, e aprendi com meu esposo a otimizar, e é resolvendo questões, além da lei seca e informativos, que o resultado na prova objetiva melhora.

 

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: Para passar na prova objetiva, a lei seca é fundamental. Lia de acordo com a matéria estudada, mas confesso que é chatinho ler a lei (rs).

 

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: Buscava sempre estar atualizada nos informativos. Lia pelo site @dizerodireito e buscador.

 

14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas?  Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R: O curso magistratura estadual em foco ajudou muito nas sentenças. Gostei do cpiuris também. Para fase oral, o curso da Rogéria Guida me ensinou muito. O curso Ouse Saber também muito bom. Fiz, ainda, o curso com o prof. Paulo Afonso, ex-examinador do Cespe, que me ajudou bastante a enfrentar a banca examinadora. Mas o mais importante são os treinos com os colegas.

 

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R: Treino. Todas as fases exigem treino.

 

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: Para 2ª fase e Oral sim.

 

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R: Sempre vou pela jurisprudência pacífica dos Tribunais Superiores ou a que prevalece, mencionando a divergência.

 

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:

R: NÃO desistir. Eu lia os depoimentos aqui do @magistraturaestadualemfoco e mentalizava que um dia contaria a minha história também da luta pela aprovação (rs).

Não é fácil e cada um tem sua luta para enfrentar. Venho de família pobre, não tinha dinheiro nem para pagar ônibus na época do vestibular, dava aula particular para ajudar. Mas sonho é sonho, e com isso ninguém brinca.

Se eu já pensei em desistir? Milhares. Mas sabia que se eu desistisse depois de tanto estudo no futuro eu me arrependeria, e voltava a estudar.

Meu recado para as mamães concurseiras: lutem! A luta será grande, será uma luta contra o corpo e a mente, contra os outros que vão dizer que você deveria tá cuidando dos filhos. Só a gente sabe a dor dessa pressão.

Mas o filha compreende e lhe ama mais ainda pela sua força. Eu arrumava elas para escola, dava comida, quando acordavam de noite era comigo que ficavam, mas muitas vezes eu dizia que não podia brincar, chorei várias vezes pelos “NÃOS” que tive que dar a elas, fora a incerteza da aprovação, mas eu sabia que isso era uma fase e tudo passa. O amor é incondicional, e temos uma força divina que nos move. Confiem!

Meu esposo esteve sempre me dando apoio e juntos conseguimos a tão sonhada aprovação para juiz do nosso amado Estado do Ceará (sonho que se realiza).

Lição: Não se comparem com ninguém, aprendi que a insistência e persistência nos torna vencedores!!! E, lembrem-se, temos nosso próprio tempo.

Um grande abraço a todos!

 

 BIBLIOGRAFIA

 

Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):

Não sou muito de indicar livros, acho muito pessoal, cada um deve buscar aquele que mais se identifica e que consegue compreender. Há vários livros, sinopses e resumos no mercado. Gosto muito do site juspodvm, os livros são focados em concursos. Às vezes, a leitura de um livro pode ser fácil para um e mais difícil para outro.

O material do Curso ciclosr3 é muito bom. Recomendo.