Histórias de sucesso #90: Maria Luísa Emerenciano Pinto - Aprovada no concurso de Juiz Substituto do TJCE (Sexto Lugar)

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: Tribunal de Justiça do Ceará (2018/2019)

 

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: Fui aprovada até a fase de sentenças nos concursos do Tribunal de Justiça da Paraíba (2015) e do Piauí (2015), mas, tive a inscrição definitiva indeferida, por ausência de três anos de atividade jurídica após a colação de grau.

 

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: 05 (cinco) anos e 06 (seis) meses.

 

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: Trabalhei como advogada autônoma, mas, passava a maior parte do tempo me dedicando aos estudos para os concursos da Magistratura estadual.

 

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: 10 (dez) horas.

 

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Em regra, por dia, estudava duas matérias diferentes. Mas, agrupava em um só dia 3 matérias com menos assuntos, como Direito do Consumidor, Direito da Criança e do Adolescente e Direito Ambiental. Assim, conseguia estudar as matérias do edital toda semana.

 

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: Sim. Estudava de domingo a domingo, incluindo os feriados. Porém, hoje, vejo que isso tornou minha rotina extenuante e recomendo a reserva de um dia da semana para descanso ou lazer.

 

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Não. Durante o tempo de estudos para concurso, eu limitava o uso das redes sociais e preferia não participar de grupos de estudo. Porém, isso é algo muito pessoal. Conheço várias pessoas que utilizam grupos de whatsapp para estudar e acham produtivo.

 

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: Nunca tive o hábito de fazer resumos. Meu estudo concentrava-se em leitura de lei seca, Informativos do Dizer o Direito e releitura de grifos dos livros de doutrina que eu já tinha lido. Às vezes, recorria aos resumos, mas, redigidos por professores de cursinhos ou colegas.

 

 

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

R:        Não fazia as revisões nos moldes propostos por coachings. Eu revisava assim: todo dia, reservava um tempinho para responder questões sobre um assunto a respeito do qual eu tinha lido na semana anterior. E, quando um edital era publicado, eu tentava refazer o máximo de questões possível da banca organizadora do certame.

 

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: Todos os dias. Foi uma ferramenta determinante para minha aprovação em provas objetivas. Eu usava o site “questões de concurso”. Também fiz as questões dos livros “Revisaço da Magistratura Estadual” e do “Edital Sistematizado-Magistratura Estadual”, ambos da Juspodium.

A meu ver, é indispensável exercitar para a prova objetiva porque, só assim, o candidato se afina com o estilo cobrado pela banca e os assuntos mais exigidos.

Também optei por fazer muitas provas. Não tinha medo de ser reprovada. Eu sempre soube que a reprovação fazia parte do processo e, mesmo que eu não me sentisse preparada (na verdade, nunca nos sentimos suficientemente capacitados), me inscrevia e ia fazer as provas. Isso me deu experiência.

 

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: Todos os dias. Isso se tornou algo sagrado para mim após a reprovação da 1ª fase do concurso para Juiz de Pernambuco, em 2015. Esse foi o primeiro concurso que fiz após graduada e fiquei um ponto abaixo do corte. Como as questões cobravam muita letra de lei, a partir dessa reprovação, decidi que estudaria lei seca todos os dias. E assim fiz.

 

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: Todos os dias. Eu reservava o finalzinho da noite de cada dia para ler os Informativos Comentados do Dizer o Direito.

 

14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas?  Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R:        Penso que a opção de fazer cursinhos varia conforme a necessidade de cada um. Alguns trazem da Universidade uma sólida formação e conseguem, por si sós, estudar para concursos. Outros precisam suprir algumas deficiências ou necessitam de um direcionamento. E, nesse caso, seria ideal fazer um cursinho.

Eu fiz, em 2014, o LFG, mas, como havia muitas aulas, tomou muito tempo de estudo efetivo. Então, hoje, se mantido o mesmo formato, eu não o recomendaria. Ao que parece, há cursos on line bons no mercado, mas, como não fiz, prefiro não indicar.

Especialmente para o concurso do TJCE, fiz o curso voltado para as provas discursiva e de sentenças no Magistratura Estadual em Foco e recomendo, porque, como é específico para determinado concurso, treina-se exatamente consoante as exigências da banca.

Para a fase oral, recomendo AEJUR.

 

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R: Segundo entendo, a fase objetiva exige muita leitura de lei seca, Súmulas, Informativos e realização de questões (o máximo possível).

A etapa de discursivas e sentenças requer muito treino, assim como a fase da prova oral.

Eu fiz assim: quando colei grau, em 2014, decidi que só estudaria o edital da magistratura estadual. Nada mais, nada menos. Fui bem ortodoxa quanto a isso e, por vezes criticada, já que, segundo alguns, eu poderia passar mais rápido em concursos menos complexos. Mas, eu ignorei os comentários e foquei única e exclusivamente no meu sonho: juiz de direito.

Então, quando não tinha edital publicado, eu estudava todas as matérias cobradas no concurso da Magistratura estadual relendo grifos de doutrina, lendo Informativos, lei seca, fazendo questões objetivas. Lia os livros de Humanística e treinava discursiva e sentenças de provas anteriores. Preenchi dois cadernos inteiros só treinando sentença.

Quando um edital era publicado, focava na prova objetiva relendo lei seca, Informativos e fazendo questões.

Passando para a discursiva, treina questões e sentenças.

E na fase oral, lia resumos e treinava MUITO com os colegas.

 

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: Se a banca fosse Cespe ou FCC, eu não analisava o perfil de cada examinador, mas, procurava ver os temas mais recorrentes nas sentenças dos concursos anteriores e o que, comumente, constava do espelho. Exemplifico com a Teoria da Asserção, muito presente nos espelhos das sentenças cíveis elaboradas pelo Cespe/Cebraspe.

            Em se tratando de banca própria, o único que fiz foi o TJSP e, mesmo assim, não analisei o perfil dos examinadores. Porém, penso ser importante a análise nesses casos.

 

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R: O pacificado nos Tribunais Superiores.

 

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:

R: A aprovação no concurso da Magistratura Estadual não é algo acessível apenas aos inteligentes, aos que “só” estudam ou aos que estudam várias horas por dia.

É algo que QUALQUER PESSOA pode conseguir, desde que se dedique aos estudos (dentro das suas possibilidades e da sua realidade), esteja focado na sua meta, se esforce ao máximo e NUNCA, NUNCA desista.

O caminho é muito árduo. Reprovações virão, incertezas, dúvidas quanto à própria capacidade. A vida e seus inerentes problemas não deixarão de acontecer porque estamos estudando para concursos. Então, teremos que enfrentar dificuldades na família, problemas financeiros e muitos outros e, mesmo assim, continuar estudando. Porque a constância é fundamental.

Como já relatei, fui reprovada na prova objetiva do concurso de Juiz de PE, o primeiro depois de graduada, por ter ficado um ponto abaixo do corte. Ciente da reprovação e do que eu precisava melhorar, continuei estudando.

Mais ou menos três meses depois, saiu o edital para Juiz da PB. Consegui aprovação até a fase oral. Mas, minha inscrição definitiva foi indeferida por ausência de três anos de graduada. Exatamente naquela época, o STF decidiu, em sede de Repercussão Geral, que a comprovação do triênio deveria ser na inscrição definitiva e não na posse. Isso me entristeceu demais. Chorei por vários dias. Mas, passado o luto, comprei um novo Vade Mecum e continuei a estudar.

Ainda em 2015, fiz a prova para Juiz do TJAL e fui reprovada na prova discursiva por 0,4. Pouco tempo depois, novamente reprovada no TJSE na prova discursiva por 0,2.

Mas, não me abalava. Tinha um objetivo e não desistiria.

Fiz TJPI, igualmente em 2015, e logrei aprovação nas sentenças. Porém, ainda não tinha 03 anos de atividade jurídica e, por isso, tive a inscrição definitiva outra vez indeferida.

Aceitei. Resignei-me. Continuei.

Passei o ano de 2016 praticamente sem fazer provas, porque poucos ou nenhum edital para concurso de magistratura estadual foi publicado.

Em 2017, fiz o concurso do TJPR e fui reprovada por ficar dois pontos abaixo do corte. Meses depois, fiz TJSP e fui reprovada por 0,6 na prova discursiva.

Continuei a estudar.   

E, em 2018, veio o Edital do TJCE, concurso ao qual me dediquei o máximo possível. Houve dias em que chorei porque já me sentia sem forças para estudar, mas, no outro dia, simplesmente continuava.

Entre essas provas, tive de enfrentar dificuldades financeiras, problemas de saúde e óbitos de familiares próximos, cansaço físico e mental. Renunciei a inúmeros momentos em família e com amigos. Mas, eu tinha um propósito muito claro: a aprovação. E eu precisava fazer de tudo ao meu alcance para conseguir.

Não foram poucas as vezes que vi colegas tomando posse, usando a toga e exercendo a jurisdição. E sempre pensava: um dia, se Deus quiser, serei eu. E continuava a estudar.

Relato tudo isso que aconteceu comigo para lhes dizer que inúmeros obstáculos virão, mas, se não nos deixarmos vencer por eles e, simplesmente, continuarmos a estudar, na hora e no lugar que Deus reservar para nós, dará certo. Precisamos apenas fazer nossa parte, entendendo que as reprovações são necessárias e ter em mente que, se não desistirmos, nossa aprovação é questão de tempo. Tempo que varia conforme cada um, pois cada um tem sua história de vida e suas próprias circunstâncias. E não nos esqueçamos de que não estamos atrasados ou adiantados em relação a qualquer pessoa. Estamos apenas vivendo nosso tempo, nossa jornada. Sejam persistentes, sejam resilientes, dediquem-se e tenham fé. Dará certo!

 

                                               BIBLIOGRAFIA

 

Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):

Direito Administrativo – Manual de Direito Administrativo. Autor: Matheus Carvalho.

Direito Ambiental – Sinopse da editora Juspodium.

Direito Civil – Manual de Direito Civil. Volume único. Autor: Flávio Tartuce.

Direito Constitucional – Curso de Direito Constitucional. Autor: Marcelo Novelino.

Direito do Consumidor – Manual de Direito do Consumidor à luz da jurisprudência do STJ. Autor: Felipe P. Braga Neto.

Direito do Eleitoral – Sinopse da Juspodium.

Direito Empresarial – Direito Empresarial Esquematizado. Autor: André Luiz Santa Cruz Ramos.

Direito da Criança e do Adolescente – Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado/Coleção Leis Especiais para Concursos da editora Juspodium.

Direito Penal – Parte Geral – Direito Penal Esquematizado. Autor: Cleber Masson.

Direito Penal – Parte Especial do Código Penal – Manual de Direito Penal: Parte especial. Autor: Rogério Sanches.

Direito Penal – Legislação extravagante -  Todos os tomos das Leis Penais Especiais da editora Juspodium.

Direito Processual Civil – Manual de Direito Processual Civil. Autor: Daniel Amorim Assumpção Neves.

Direito Processual Penal – Curso de Direito Processual Penal. Autores: Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar.

Direito Tributário – Direito Tributário Esquematizado. Autor: Ricardo Alexandre.

Humanística – Noções Gerais de Direito e formação humanística-João Paulo Lordelo; Noções Gerais de Direito e Formação Humanística-Coordenação de Bernardo Montalvão; Noções Gerais de Direito e Formação Humanística-Olney Queiroz Assis e Vitor Frederico Kumpel; e Magistratura e formação humanística- Fábio Natali Costa e Amanda Barbosa.

Sentença Cível – Sentença Cível: Teoria e Prática. Autor: Nagibe de Melo Jorge Neto.

Sentença Penal – Sentença Penal condenatória: teoria e prática. Autor: Ricardo Augusto Schmitt.

Qualquer livro/curso que indique para o concurso que não se encaixa nas matérias acima (ex: livro de discursiva da juspodivm que tem várias matérias, vade-mécum de jurisprudência etc) – Livro de Súmulas Comentadas por Márcio André Lopes Cavalcante e Vade Mecum de Jurisprudência, ambos da editora Juspodium.