Histórias de sucesso #88: Frederico Malard de Araujo - Aprovado no concurso de Juiz Substituto do TJMG

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: TJMG.

 

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: Analista do TRT/3 (2015) e do TRF/1 (2017).

 

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: Estudo para concurso desde minha colação de grau (há 04 anos e meio), porém o foco nos estudos para a magistratura foi maior e mais eficiente nos últimos 02 anos.

 

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: Não possuía trabalho remunerado, apenas exercia serviço voluntário como conciliador no Juizado Especial (entre agosto/2015 e setembro/2018) e como advogado-orientador na Divisão de Assistência Judiciária da UFMG (desde agosto de 2015), que exigiam dedicação exclusiva duas tardes por semana (além da presença em audiências de processos e eventuais orientações excepcionais).

 

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: Eu sempre busquei possuir flexibilidade, não gostava de me prender a cronogramas com horário pré-determinado. Assim, as horas líquidas de estudo variavam entre 3 e 7 horas, a depender do dia, com uma média geral de 5 horas e meia, 6 horas. O importante, para mim, é não deixar de estudar nenhum dia que você se propuser a isso, mesmo que não haja “cabeça” para tal, insistindo para que algo seja produzido (ainda que por um período menor do que o inicialmente planejado). Encarava como se fosse uma preparação física de atleta, sua mente deve estar acostumada ao estudo cotidiano, então deve-se estudar algumas horas para manter o “ritmo”.

 

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Enquanto algumas pessoas preferiam estudar algumas disciplinas até esgotar o conteúdo, para depois partir para outras, para mim sempre funcionou variar as matérias. Contudo, em determinado dia, eu costumava variar estudos diferentes (lia algum resumo/caderno de uma disciplina, lia jurisprudência – geral ou específica de outra disciplina –, e praticava questões, geralmente de múltiplas disciplinas).

 

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: Sempre estudei em fins de semana e feriados, porém em período reduzido (entre 2 e 4 horas líquidas). Mas é importante “sentir” suas condições, de modo que, quando eu me encontrava muito cansado ou desgastado emocionalmente, também me permitia dias de descanso (porém sempre mentalizando que no dia/dias seguinte (s) deveria voltar ao normal, para não perder o ritmo e começar a procrastinar).

 

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Para estudo, não. Eu entrava nos grupos de Whatsapp para me manter informado acerca dos concursos. No entanto, os perfis de cursinhos e professores na rede social Instagram são bastante úteis para revisar ou aprender alguns conteúdos pontuais.

 

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: No período mais eficaz dos meus estudos utilizei cadernos e resumos de terceiros, mas sempre analisando criticamente a confiabilidade e a efetividade do material para mim. Além disso, eu busquei fazer um caderno com conteúdos que eu errava nos treinos de questões fechadas, para revisar posteriormente.

 

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

R: Não me preocupava em fazer revisões, pois sempre me pautei por estudar com cursinhos de questões fechadas e gabarito comentado, o que acabava por me fazer revisar conteúdo. Além disso, nas vésperas de provas eu sempre lia o resumo de jurisprudência do site Dizer o Direito (de modo que, como havia repetição e eu já havia estudado jurisprudência, acabava sendo uma revisão constante), bem como as minhas anotações do meu “caderno de erros” que comentei na questão anterior.

 

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: O treino de questões fechadas foi um diferencial para minha evolução na vida de concurso. A partir do momento que comecei a fazer cursos com simulados comentados meus resultados cresceram exponencialmente. Salvo nos períodos em que tive que me dedicar integralmente às provas de segunda etapa e oral, sempre busquei realizar algo em torno de 200 questões semanais (corrigindo-as com atenção e anotando o que errei, ou não sabia, no caderno).

 

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: Eu segui um cronograma de lei seca, que chegou até mim, o qual previa em torno de 70 dias (no fim, acabei levando cerca de 90 dias, em razão das necessidades de flexibilizar o cronograma). Nele estavam as principais leis que poderiam cair em provas de magistratura estadual, e foi uma prioridade no meu período de maior evolução, ao lado do treino de questões objetivas. Muitas coisas são extremamente maçantes e de difícil probabilidade de serem cobradas (muita gente desanima por causa disso), mas, ao ler a legislação, percebi que minha mente foi conseguindo analisar de forma mais sistemática o ordenamento e, até mesmo, passei a entender melhor algumas decisões jurisprudenciais. Depois desse período, eu sempre voltava a ler algumas partes de leis, especialmente de códigos, que considerava que estava errando bastante e precisava revisar.

 

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: Minha principal fonte de estudo jurisprudencial foi o site do Dizer o Direito. Iniciei o estudo mais focado para magistratura, inclusive, lendo o “Vade Mecum de Jurisprudência” elaborado por ele, que me ajudou a fixar o que era pacificado, de modo a permitir uma atualização focada nas novidades, depois. O meu estudo de jurisprudência, após estar sedimentado o conhecimento, era focado em ler a versão resumida dos informativos comentados e, principalmente, ler os resumos liberados pelo site do DoD quando se aproximavam as provas.

 

14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas?  Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R: Como eu disse, recomendo bastante de cursos com questões comentadas, foi o que mais me ajudou a evoluir e conseguir superar a barreira das provas objetivas. Nesse contexto, eu fiz cursinhos variados, pois possuía margem para investir na preparação. Quando saía um novo edital, procurava ver cursos diferentes de questões comentadas (ou repetir aqueles que eu já tinha gostado do método) voltados para a prova. Cada um se adapta melhor a um estilo, de maneira que eu prefiro não indicar algum curso para a fase objetiva, visto que pode viciar as escolhas, que devem ser feitas individualmente.

Para a fase oral, como eu tinha disponibilidade, fiz alguns cursos, que considerei ótimos e complementares para minha preparação: Simulados de Prova Oral, que simulou o contexto da prova e tinha flexibilidade para marcação dos encontros (além de o professor ser extremamente acessível); Aejur, que simulou a prova com diversos examinadores, professores preparados e com enfoques diferentes (até por serem de diferentes carreiras), além de dicas de fonoaudiologia; e Aprovandi, que desmistifica bem o momento da prova oral, e traz dicas relevantes, especialmente no início de uma preparação para esta fase. Também fiz acompanhamento com uma fonoaudióloga, que forneceu subsídios essenciais para melhorar minha habilidade de expor ideias de maneira eficiente. 

 

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R: A prova de sentença possui especificidades, de maneira que é importante fazer uma preparação específica voltada para a segunda fase, com cursos voltados para o certame (o próprio Magistraturaestadualemfoco me ajudou, com compilado de jurisprudência para sentenças, excepcional e crucial para provas da banca CESPE, por ex.). Além disso, existe o JusTutor, que recomendo para a prática de sentença simulada, e me forneceu conhecimentos muito importantes para as provas.

Em relação à prova oral, já mencionei os cursos na pergunta anterior, mas ressalto, também, que é importante praticar constantemente, de maneira que vocês devem se unir a outros colegas aprovados para essa fase e simularem (via Skype e similares, ou presencialmente, se forem da mesma cidade) a prova com frequência. Além de praticar o hábito de responder oralmente a questionamentos (que, acredite, é uma habilidade bem diferente da requerida nas outras fases), essa é uma forma eficiente de revisar conteúdos, também.

 

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: Especialmente quando as provas de segunda etapa e oral são feitas por uma banca de membros do próprio tribunal (como se deu no TJMG), o estudo de banca é bastante relevante. Inclusive, os colegas aprovados podem se unir para pesquisar de forma eficiente e preparar material adequado. Quando se tratar de uma banca especializada, é importante saber o perfil das provas, até mais que dos examinadores, visto que há um padrão que costuma ser seguido.

 

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R: Essa é uma questão tormentosa e para a qual não há resposta absoluta. Se o exame for de uma banca especializada, não há dúvidas sobre a priorização do entendimento dos Tribunais Superiores. Se a banca for de membros do próprio tribunal, é mais difícil essa análise. Caso haja certeza acerca do examinador que elaborou a sentença e ele possua um entendimento, manifestado firmemente, divergente dos Tribunais Superiores, é possível adotar a posição do examinador, mas aconselho a ressalvar que difere do STJ ou STF. Em qualquer caso, haveria hipótese de recurso, mas a vida de concurso, infelizmente, envolve um grau de sorte, no qual “acertar” (entre aspas, pois, para mim, nesses casos, não há certo ou errado) o entendimento adotado está incluído.

 

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação: R: Se você está se preparando, mas está tenso com a indefinição de vida e com os reveses que a vida de concurso traz, não desista! Eu também tinha dificuldades em visualizar o momento em que eu estaria aprovado (se é que esse momento chegaria), porém não deixava isso me dominar e fazia a minha parte, vivendo um dia após o outro. Até que esse momento chegou.

 

                                               BIBLIOGRAFIA

 

Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):

OBS. IMPORTANTE: Para mim, materiais mais objetivos (especialmente resumos) são mais eficientes no estudo voltado para concurso, e os livros servem como material para consultar uma ou outra questão que se quiser aprofundar, eventualmente.

 

Direito Administrativo – Aconselho os livros da Dra. Maria Silvia Di Pietro e do Prof. Matheus Carvalho. Colegas indicam o livro do Prof. Rafael Oliveira (o que já vi dele achei muito bom, também).

Direito Ambiental – Resumos, principalmente.

Direito Civil – Nunca consegui um livro que realmente me bastasse no Direito Civil (me foram úteis, ocasionalmente, diversos manuais), de modo que foquei mais em resumos, lei seca e jurisprudência.

Direito Constitucional – O livro do Prof. Bernardo Gonçalves; o livro do Min. Gilmar Mendes e do Prof. Paulo Branco, para questões mais aprofundadas; e o Esquematizado do Pedro Lenza.

Direito do Consumidor – Basicamente lei seca e jurisprudência. Resumos valem como complemento, pois organizam os dois de forma sistematizada.

Direito do Eleitoral – Principalmente lei e resumos.

Direito Empresarial – O Esquematizado, de André Luiz Santa Cruz Ramos.

Direito da Criança e do Adolescente – Bastante lei seca e jurisprudência, na verdade, são o mais importante. Resumos valem como complemento.

Direito Penal – Parte Geral – O Esquematizado, de Cléber Masson.

Direito Penal – Parte Especial do Código Penal – Principalmente lei, jurisprudência e resumos.

Direito Penal – Legislação extravagante - Principalmente lei, jurisprudência e resumos.

Direito Processual Civil – Gosto do manual do Daniel Amorim Assumpção Neves, mas, para concurso, é bastante longo. Acredito que o principal é a lei seca, principalmente pelo NCPC ser recente, ainda. Para a Teoria Geral, resumos costumam bastar.

Direito Processual Penal – Gosto do manual do Renato Brasileiro, mas, assim como no Processo Civil, para concurso é bastante longo. A jurisprudência (muito ampla nessa disciplina) e a lei são os métodos mais eficientes de estudo, com resumos para tratar das questões teóricas e sistematizar os conhecimentos.

Direito Tributário – O Esquematizado, de Ricardo Alexandre.

Humanística – Resumos de Humanística (obtive com colegas de concurso). Existem vários, cabe a cada um analisar o material que melhor se adequar a si, podendo usá-los de forma complementar também.

Sentença Cível – O livro de Sentença Cível Descomplicada, do Prof. Jaylton Lopes Jr.

Sentença Penal – O livro de Sentença Penal dos Profs. Fabrício Castagna Lunardi e Luiz Otávio Rezende.

 

Qualquer livro/curso que indique para o concurso que não se encaixa nas matérias acima (ex: livro de discursiva da juspodivm que tem várias matérias, vade-mécum de jurisprudência etc) – Além do “Vade Mecum de Jurisprudência” do DoD, que mencionei acima, no último ano da minha preparação tive contato com as FUCs do CiclosR3, que considerei bastante boas para a preparação, pois são elaboradas de maneira objetiva, mas completa, em todas as disciplinas.