Histórias de sucesso #82: LÍVIA ANTUNES CAETANO – Aprovada em Primeiro Lugar no concurso 187 para Juiz Substituto do TJSP e no TJPR

 Nome: Lívia Antunes Caetano

Data de nascimento: 27/12/1985

Naturalidade: Niterói-RJ

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: TJPR, TJSP e cheguei a fase oral do TJAP, porém, não fiz a inscrição definitiva por conta do resultado do TJPR.

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: Juiz Leigo do TJRJ e Residência Jurídica da UERJ (área cível).

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: De estudos “corretos”, 3 anos, mas o tempo total de estudo, incluindo os 3 anos de Escola da Magistratura do Rio de Janeiro, foram 5 anos e 6 meses.

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: Sim, sempre trabalhei. Além dos estágios obrigatórios da Emerj durante o período do curso, também fui Juíza Leiga por quase 4 anos e trabalhei na Residência Jurídica da UERJ por 2 anos, sendo que durante todo o período de estudos atuava como advogada autônoma.

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: Nunca tive como medir isso, pois, como respondi acima, o dia era cheio de trabalho e afazeres. Em alguns dias eu estudava mais, em outros menos, mas a certeza que eu tenho é de que a cada folguinha que eu tinha eu tentava estudar. Acordava às 5:00h durante a semana e costumava ir dormir sempre após a meia-noite, então, lia “lei seca” e fazia questões objetivas do livro do Wander Garcia nas barcas, nos ônibus e na van que pegava para me deslocar durante o dia. Também costumava imprimir alguns artigos sobre temas que eu gostava para deixar em uma pastinha na mochila que carregava durante o dia e ler quando cansava dos materiais ou quando o trajeto era mais curto. Logo, não fazia essa contagem de horas líquidas de estudo diário, mas sei que estudava todos os dias, de domingo a domingo, ainda que fossem 1 ou 2 horinhas. Inclusive, em determinado momento isso passou a me preocupar, pois conheci muitos concurseiros que estudavam horas e horas líquidas por dia e eu não entendia como eles conseguiam, ao mesmo tempo em que sabia que eu não teria como fazer aquilo também (e acho que mesmo se tivesse tempo disponível eu não conseguiria, pois sou muito agitada), entrei em crise, mas comecei a ter resultados mesmo com o meu estudo maluco e sem regramento algum e desencanei. De todo modo, durante a graduação eu sempre estudei com afinco e me dediquei o máximo possível, pois sabia que era uma fase em que eu naturalmente teria mais tempo e desde então já tinha certeza de que queria fazer concurso para a magistratura. Acredito que essa base doutrinária mais sólida tenha facilitado um pouco o “estudo desestruturado” durante os anos que antecederam a primeira aprovação.

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Respondida acima. Durante a faculdade, estudava as matérias que eram dadas em sala de aula, conforme o conteúdo programático do curso. Durante a fase da Emerj, até os dois últimos períodos do curso, segui essa mesma linha de estudo, pois a preocupação em não reprovar em alguma disciplina era grande e porque eu realmente gostava do curso e queria aproveitar 100% de tudo o que era oferecido. Após o último semestre da Emerj, em função do trabalho principalmente, não havia qualquer critério. Em alguns dias ficava apenas com uma matéria, em outros passava por duas ou três, a depender do estado de ânimo e da prova que se avizinhava. Muitas vezes estava lendo algo e me lembrava de algum tema ou de alguma notícia que havia lido muito por alto, daí parava o estudo e ia buscar informações sobre aquilo. Era “tudo ao mesmo tempo agora”, mas, para mim, funcionava.

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: Geralmente, sim. Salvo raras exceções, eu sempre estudava, inclusive aos sábados, domingos e feriados, porém, nada muito além de 3 a 4 horas, com intervalos a cada 1 hora para beber água, comer algo, olhar o grupo de estudos que tinha no Facebook, etc, porque, afinal, é importante que tenhamos um tempo para a gente, para a família, para os amigos ou mesmo para não fazer simplesmente nada. Era conhecida na família porque sempre ia aos eventos e festas – nunca quis abrir mão desses momentos com eles, com um livro ou caderno embaixo do braço ou dentro da bolsa para ler algo se não tivesse nada de bom para fazer.

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Durante o meu período mais forte de estudos não existiam os grupos da whatsapp, mas tínhamos um grupo muito legal no Facebook, com poucas pessoas, porém, todas super comprometidas, entusiasmadas e focadas. Não havia espaço para assuntos paralelos. Muitas vezes íamos madrugada a dentro postando questões e discutindo, trocávamos experiências sobre a vida dos concursos, o que era muito proveitoso. Hoje grande parte dos integrantes do referido grupo está aprovada nos concursos que almejavam e mantemos contato, agora, em grupos de whatsapp. Certo é que os grupos de estudo podem ser muito proveitosos, sim, desde que saibamos tirar proveito deles. Até entro em alguns para auxiliar meu namorado com informações, pois ele é avesso a esse tipo de estudo, mas o que noto é que hoje em dia os grupos são muito grandes, com candidatos em níveis muito diferentes – alguns iniciando no mundo dos concursos, outros com mais experiência, e aí o pessoal se perde com assuntos paralelos, questões políticas, vídeos, correntes e o grupo vira um “grupão de amigos virtuais com interesse em determinado concurso”, ou seja, perde o seu propósito inicial.

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: Sempre gostei de fazer os meus próprios cadernos, especialmente durante a graduação e no início dos estudos para concurso. Mesmo quando alguém me passava algum material de sua autoria ou de algum curso, eu levava meses, mas transcrevia tudo para o meu caderno, com a minha letra, pois isso me ajudava a fixar a matéria.

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

R: Não. Nunca consegui! Rs Como disse, desde a graduação eu já tinha definido que queria ser juíza, então, durante os cinco anos de curso, tentei aproveitar o tempo para formar uma base doutrinária, ler tudo o que era possível e que os professores indicavam, fazer disciplinas extras ou como aluna ouvinte, etc, o que ajudou com a prova da OAB e com a prova de ingresso na Escola da Magistratura. Depois do ingresso na Emerj o estudo tomou outro rumo, pois havia provas quinzenais e eu não podia reprovar nelas, pois era difícil custear o curso e, se eu reprovasse, teria que pagar mais uma quantia considerável para fazer a disciplina de novo, então o meu foco passou a ser dar o melhor de mim durante o curso, aproveitar aquele estudo “diferente”, as aulas de técnica de sentença, os exercícios propostos – que deveriam ser feitos diariamente, o estágio e isso já consumia todo o meu tempo. Nessa época, nas semanas que antecediam as provas de concurso, o máximo que eu conseguia fazer era acompanhar umas revisões que alguns professores faziam em determinados dias da semana em suas páginas do Facebook, passar os olhos nos meus cadernos e nas súmulas do STJ e do STF, sem muita ordem mesmo.

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: No início dos estudos praticamente não fazia questões objetivas, pois achava que lendo os livros de doutrina com afinco isso seria o bastante para conseguir ir bem nas provas. Depois, com o lançamento dos livros de questões do Wander Garcia, comecei a fazer umas questões nos trajetos para o curso e para o trabalho. Então, surgiu o site “qconcursos” e, já tendo feito algumas provas sem conseguir passar e me questionando sobre o que eu estaria fazendo de errado, conversei com muitos amigos aprovados sobre a dificuldade que estava enfrentando nas primeiras fases dos concursos por me confundir com as questões objetivas, trocar (quase sempre) a resposta da alternativa correta para a alternativa errada e depois ficar 1 ou 2 pontos abaixo da nota de corte, entre tantas outras coisas, e eles me deram um direcionamento valioso. Me convenceram a treinar por um tempo só fazendo questões no site, o dia todo, todos os dias, para que eu entendesse que a prova era “objetiva”, literalmente; que eu não precisava ficar lembrando das doutrinas que li, das teses dos artigos, enfim, viajando, mas, sim, ler o enunciado com muita atenção e responder de modo objetivo. Foi o que fiz e, na primeira prova que fiz depois de mudar para esse método “kamikaze”, a minha nota subiu bastante e vi que o caminho seria por aí. Então, dentro do meu tempo para os estudos, a essa altura com a Emerj já concluída, eu decidi que iria manter o estudo do meu jeito peculiar de sempre, mas que continuaria indo para a biblioteca da escola e ficaria por lá todas as manhãs só para fazer questões objetivas.

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: Não havia frequência. Nessa fase em que voltei o meu estudo mais para as questões objetivas, eu aproveitava para ler os primeiros comentários que faziam na questão e identificar se a resposta estava na “lei seca”, se era informativo, se era súmula ou se era doutrina, lia ali na hora que estava fazendo as questões e, com isso, para otimizar o estudo/revisão depois, eu fiz um esquema de marcação das súmulas mais cobradas e dos artigos mais cobrados de cada lei – marcava uma bolinha ao lado do artigo a cada 5 vezes em que ele era apontado como sendo a resposta de questões objetivas. Com isso, algumas súmulas e leis menores eu deixava para ler só na semana da prova (e lia somente esses artigos marcados com as bolinhas) e as leis maiores eu acabava lendo enquanto fazia as questões.

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: Costumava acompanhar diariamente as notícias do site do STJ e do STF e mantinha rigorosamente em dia a leitura dos informativos comentados do Dizer o Direito (além de ler as revisões para as provas específicas).


14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas? Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R: Para a primeira fase não posso opinar, pois não fiz cursos online para a magistratura estadual. Para a segunda fase indicaria, com base no que conheço, o CP Iuris (sei que sou suspeita para falar, mas gosto do modo de trabalhar deles e do acesso fácil dos alunos aos professores), para a 2ª fase do TJSP fiz também o curso CEI, que também é muito bom, e fiz o curso de Humanística do MEGE, com o Professor Rosângelo, que foi excelente.
Para a fase oral, caso o candidato precise escolher um só curso, eu indicaria o curso de oratória da Rogéria Guida. O curso não tem qualquer foco em conteúdo jurídico, mas o feedback das fonoaudiólogas e dos colegas de curso são essenciais e acho que nos deixam mais seguros para enfrentar a prova oral.

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R: Não existe segredo ou método diferenciado! É, não existe! Por muitos anos vivi em busca desse método infalível, ouvia muitas coisas por aí e, sem saber filtrar ou sem conhecer realmente o caminho (já que ainda nem conseguia passar nas primeiras fases), me desiludi, achei que “não era pra mim”, que nunca ia saber tanto ou ser tão boa a ponto de conseguir passar, mas sempre fui teimosa também... era aquela aluna dedicada e pentelha, não podia me deparar com um professor que tivesse sido aprovado e já ia lá pedir essas “dicas infalíveis”, querer saber “como você fez para conseguir” etc. e, com o tempo e com as minhas experiências pessoais (muitas derrotas e poucas vitórias, que fique claro), vi que isso tudo é uma grande bobagem. É lógico que precisamos formar uma base, saber escrever corretamente e de modo claro – o que só se consegue com o estudo real e com treino, mas, a despeito disso, cada um deve encontrar o método de estudos que funciona melhor para você! Eu, por exemplo, pouco absorvia das aulas assistidas; gostava era de fazer meus cadernos e de ler o material depois, ao passo que tinha amigos concurseiros que assistiam às aulas e se lembravam de absolutamente tudo, nem caderno tinham (e eu achava isso um absurdo kkk), então, o que funcionava para mim, não funcionava para eles e vice-versa. Essa busca pelo que melhor se adequa às tuas capacidades e habilidades pessoais é só sua. Não há dica de ouro, coach, perfil do insta ou curso que vá te trazer essas informações. 

É evidente que um curso ou um coach te auxiliam na organização do estudo, na divisão do seu tempo, na análise da banca do concurso (nas fases em que isso é necessário), mas sem a sua dedicação pessoal, nada disso levará, por si só, à aprovação. Tudo é válido, mas sempre dependerá muito mais do nosso esforço e do nosso propósito; foi assim comigo, foi assim com diversos amigos aprovados em concursos para a Magistratura,
para a Defensoria Pública ou para o Ministério Público. Existem casos pontuais de candidatos que fazem uma única prova e passam ou fazem pouquíssimas provas e passam, mas essa não é a regra, gente! E muitas vezes focamos nesses casos isolados como se o “erro” estivesse com a gente, o que não é verdade. É claro que podemos pegar dicas com terceiros que conseguiram, pois algo sempre se aproveita, mas é importante testar e saber que, se não está dando certo cumprir um cronograma de leitura de doutrina ou de lei seca, ou ler 532 cadernos em 3 meses, isso não significa que você não irá passar e não é motivo para desânimo ou frustração. Tudo é parte de um processo, às vezes mais lento ou dificultoso para alguns por conta de inúmeras adversidades que surgem no caminho. No entanto, basta experimentar e depois analisar qual é o método de estudos que rende mais para você.

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: Na prova do TJPR não fiz esse estudo, pois a minha aprovação para a segunda fase foi uma surpresa, mas senti que poderia ter me saído bem melhor na prova caso tivesse feito uma análise do perfil dos examinadores ou mesmo estudados as provas anteriores com mais atenção. Aprendida a lição, no TJSP me dediquei bastante a fazer esse estudo e a conhecer o perfil da banca, o que reputo que tenha sido muito importante, senão determinante para a minha aprovação.

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R: Nesse caso, adotaria o posicionamento do Tribunal responsável pela elaboração das sentenças, com a ressalva de não desconhecer o entendimento dos Tribunais Superiores.

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:

R: Como bem colocado em um post do instagram sobre a minha aprovação “Respeite o seu coração. Honre o seu propósito”. Isso traduz muito da minha trajetória, relatada, em partes, acima. Muitos me perguntam sobre o que eu estudei, como estudei, quantas horas estudei, se eu trabalhava e estudava, sobre a questão de ser um pouco mais velho e se aventurar no mundo dos concursos... a maioria das respostas (que não existem ou, no caso, existem, mas são muito particulares) está acima. Uma outra pergunta/exclamação recorrente “Nossa, mas você já era juíza há dois anos e voltou a estudar para fazer
prova? Está doida?”. Essa resposta ainda não dei para muitos que fizeram esse comentário. Sempre fui muito grata por ter conseguido tudo o que consegui, de verdade, pois não foi fácil, por uma série de motivos, mas se fez possível com a ajuda e com a parceria de professores, chefes, colegas e amigos que acreditaram no meu potencial e resolveram sonhar o meu sonho junto comigo, isso tanto antes da aprovação no TJPR quanto agora antes da aprovação no TJSP. O meu sonho sempre esteve aqui, pulsando dentro de mim. Aprovada. \o/ Realizada com o trabalho, com as experiências novas e
com a possibilidade de fazer a diferença na vida das pessoas. No TJPR encontrei colegas e estagiários que se fizeram irmãos, que me ensinaram tudo, inclusive a ser uma pessoa melhor; eles passaram a ser a minha família em Ivaiporã. Mas a distância da família real às vezes doía bastante. Em determinados feriados ou festas de fim de ano, todos iam para as suas respectivas cidades e, eu, como Substituta, ficava por aqui, pois nem sempre dava para ir para casa. A saudade apertava, dos meus pais, da Lelê (minha sobrinha amada), do namorado... cheguei a tentar fazer a prova do TJRJ para voltar para o meu estado natal, mas perdi nas sentenças e desanimei, achei que o meu “timing” tinha passado e eu não teria mais condições de competir com os concurseiros atuais.
Kkk E foi aí que abriu o edital do TJSP e os meus amigos e o meu namorado me fizeram notar que ainda dava para correr atrás e retomar os estudos, tanto que na prova do TJRJ eu tinha avançado até as sentenças. Eu sabia que não seria fácil, mas me dei uma última chance de tentar voltar para perto de casa ou ao menos de facilitar o meu descolamento até Niterói-RJ, já que o estado de São Paulo possui diversos aeroportos ou, a depender da comarca, eu poderia até ir de carro para casa. Me inscrevi no concurso e logo em seguida me arrependi. Estava com muito trabalho, estava dando aulas, agora tinha alunos e estagiários que se espelhavam em mim... e se eu os envergonhasse com um desempenho pífio? E a frustração da minha família e do meu namorado? E, caso desse tudo errado, como lidaria com a esperança de um dia voltar para casa ficando cada vez mais longe? Pensei durante uns dias em deixar de fazer a prova, mas, graças aos anjos que Deus sempre coloca no meu caminho na hora certa, mudei radicalmente de opinião e decidi que as respostas para as questões que me fazia dependeria exclusivamente de mim. Passei a estudar antes e depois do horário de expediente, ia até de madrugada, vinha aos sábados e domingos para o fórum ficar estudando quietinha aqui, na companhia de um amigo que também vinha estudar, corri atrás de ler o que dava e de voltar a fazer as questões objetivas e fui fazer a prova. Daí para a frente foi tudo dando certo, mas a dedicação teve que ser cada vez maior, a fim de que o trabalho em nada fosse prejudicado pela minha escolha pessoal de fazer a prova. Nesses três anos como Juíza Substituta o trabalho sempre foi relativamente administrável, mas, como a Lei de Murphy está sempre aí para nos lembrar que ela existe, no último ano o número de juízes substitutos diminuiu sensivelmente, o concurso em andamento simplesmente não andava com a rapidez necessária e, por isso, o acúmulo de designações foi inevitável. Cheguei ao meu nível máximo de exaustão física e mental, especialmente antes da prova oral. Pensei novamente em desistir, dessa vez porque o meu corpo não aguentava mais, mas, novamente, reagi e fui. E fosse como Deus quisesse que fosse, eu decidi que faria a minha parte, dentro das minhas possibilidades. E o resultado está aí. Uma 1ª colocação com a qual nunca sonhei e que me deixou extremamente feliz, pois se deve, principalmente, à minha nota na prova de títulos, títulos estes que são o resultado de toda uma vida de trabalho, esforço e dedicação ao meu sonho de ser Magistrada. Então, resumidamente (e olha que nem consegui resumi tanto assim, né?), a necessidade de trabalhar, a idade ou qualquer outra coisa que se apresente não deve ser encarada como fator limitador para ninguém. Tive ótimos exemplos disso ao longo da minha caminhada, que me motivaram ainda mais a persistir. Ter que trabalhar para conseguir estudar e custear os concursos Brasil a fora (o que não é barato) não é demérito para ninguém, nem deve servir como “muleta” para resultados não tão animadores ou para os momentos de desânimo. A idade mais avançada nos deixa mais experientes ou, ao menos, mais pacientes, enfim, cada um tem a sua história de vida, os seus fardos e as suas dificuldades, mas, no dia em que a sonhada aprovação se fizer real, vocês perceberão que tudo isso, embora nem sempre fácil ou agradável, foi, sim, importante para moldar a pessoa que nos tornamos, para amadurecermos e virmos a vida de um modo diferente. É preciso persistência, resiliência e empatia. Saibam aproveitar cada oportunidade que surgir ao longo do caminho, aproveitem cada encontro inesperado com alguém que possa te dizer, naquele momento, as palavras que o teu coração precisa ouvir. Cabe a nós apenas seguirmos em frente, estudando, fazendo a nossa parte e aguardando a chegada daquele momento que será o nosso momento, a hora que dará certo para a gente, e sobre isso não temos 100% de ingerência. Mantenham a fé, acreditem em vocês e tenham força para seguir em frente, pois estar preparado no momento em que chegar “a nossa prova” fará toda a diferença e esse momento chega para todos aqueles que não desistem, pois, embora ligados por interesses comuns, no fundo, no fundo, cada um de nós é meio raro assim mesmo, com as suas próprias angústias, seus medos, suas ansiedades e suas vidas; o que é comum é justamente isso de continuar, ser "pentelho", curioso e não parar até conseguir o que deseja! Na vida dos concursos meio que vale a lógica da inércia, ou seja, a gente só para quando uma força em sentido contrário e de mesma intensidade aparece, a diferença é que essa força que faz a gente prosseguir ou desistir está dentro da gente mesmo, né? E quando passarem, tentem retribuir tudo de bom que um dia alguém fez por vocês... tento fazer isso na minha vida, como uma forma de agradecimento ao universo e a Deus mesmo, e é tão bom quando contribuímos para a mudança de vida de alguém sem esperar nada em troca! Desejo, de coração, que um dia o nome de vocês esteja aqui no“histórias de sucesso” e que vocês possam viver essa alegria que hoje vivo também! =)

Sigamos juntos!!!

BIBLIOGRAFIA

Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):

Direito Administrativo – Cursos do Marçal Justen Filho e do José dos Santos Carvalho Filho

Direito Ambiental – Frederico Amado (e cadernos de cursinhos).

Direito Civil – Flávio Tartuce e Cristiano Chaves.

Direito Constitucional – Cursos do Uadi Lammego Bulos e do José Afonso da Silva (e cadernos)

Direito do Consumidor – Leonardo de Medeiros Garcia (juspodivm)

Direito do Eleitoral – Curso de Direito Eleitoral. Roberto Moreira de Almeida.

Direito Empresarial – André Santa Cruz. Mas empresarial é uma disciplina em que, na verdade, existe um autor muito bom em cada parte específica, então fica difícil indicar tudo aqui.

Direito da Criança e do Adolescente – ECA comentado. Luciano Rossatto.

Direito Penal – Parte Geral – Cleber Masson.

Direito Penal – Parte Especial do Código Penal – Cleber Masson.

Direito Penal – Legislação extravagante - cadernos.

Direito Processual Civil – Coletânea do Prof. Fernando da Fonseca Gajardoni e Manual do Daniel Assumpção Neves.

Direito Processual Penal – Renato Brasileiro.

Direito Tributário – Ricardo Alexandre e Leandro Paulsen.

Humanística – Vademecum de Humanística e resumos disponibilizados pelos cursos especializados.

Sentença Cível – Sentença Cível Descomplicada, do Professor Jaylton Jackson de Freitas Lopes Junior.

Sentença Penal – Cadernos da Emerj (professores variados).