Histórias de sucesso #80: RAYAN VASCONCELOS BEZERRA – Aprovado no concurso 187 para Juiz Substituto do TJSP
Nome: RAYAN VASCONCELOS BEZERRA
Data de nascimento: 19/02/1992 (26 anos)
Naturalidade: FORTALEZA/CE
01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:
R: 187º Concurso do TJ/SP
02 - Outros concursos em que foi aprovado:
R: DPE/PR e Advogado UECE (Universidade Estadual do Estado do Ceará)
03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:
R: Comecei a estudar efetivamente para Magistratura, analisando todas as matérias do edital, em 14 de setembro de 2016, e obtive a aprovação no TJ/SP em agosto de 2018, com última prova em junho de 2018. Então, foi pouco menos de 2 anos de estudos. Porém, antes de setembro de 2016, já estava em dia com os informativos através do Dizer o Direito, o que sempre me ajudou muito nas aprovações.
04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?
R: Quando comecei a estudar, trabalhava 4h diárias, como assessor em um órgão municipal da Criança e do Adolescente. De fev/2017 a out/2017, período em que tiveram várias provas de magistratura e defensoria, incluindo TJ/SP, apenas estudei. Depois, de out/2017 a mai/2018, trabalhei como assessor no MP, já com 8h de carga horária.
05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):
R: No período em que fiquei desempregado, estudava de 6/8h diárias. Em alguns períodos próximos a provas chegava a 10h. Já na oral para TJ/SP, pedi dispensa do cargo de assessor e me dediquei exclusivamente, chegando até o meu limite. Apenas para ressaltar que esses períodos de alta carga de estudos eram esporádicos. Digo isso, para os que estudam não acharem que precisam estudar diariamente essa quantidade alta de horas para obter aprovação e/ou que é muito cansativo, quase impossível de cumprir. Na véspera das provas, você sente seu ritmo e seus limites.
06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?
R: No início, segui o esquema do MEGE e estudava uma matéria por dia, lendo doutrina, letra de lei e questões sobre determinada matéria. Em uma semana, lia 6 matérias diferentes. Na outra semana, as outras 6 matérias que faltavam para completar o edital da magistratura. Na 3ª semana, voltava para as 6 matérias iniciais. Via, assim, a mesma matéria 2 vezes ao mês. Após conseguir uma base melhor, e já tendo lido quase tudo, partia para leitura em bloco das matérias pequenas (ECA, consumidor, tributário, eleitoral, ambiental), e as maiores lia de acordo com as fases que estava me preparando e de acordo com a defasagem que sentia ter nelas.
07 - Estudava sábados/domingos/feriados?
R: Sim. Domingos reservava para leitura do Dizer o Direito e fazer provas passadas, estudando os erros que cometia nas respectivas provas.
08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?
R: Não utilizava. Não tive conhecimento, na época, de nenhum grupo focado nisso. Acredito que se trata de uma questão muito pessoal sobre o nível de
comprometimento e de utilidade que o grupo trará para o concurseiro.
09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?
R: Penal, Processo Penal, Civil e Tributário utilizei as aulas do LFG, do ano de 2013/2014, que tinha em Word e ia atualizando com leis e jurisprudências recentes. ECA, consumidor, eleitoral e ambiental, estudei por sinopse/leis especiais para concurso. Processo Civil, como as aulas estavam atrasadas com o Novo CPC, estudei mais letra de lei, pegando doutrina apenas na oral do TJ/SP, com o Esquematizado do Marcus Vinicius Rios Gonçalves. Em Administrativo, não segui um material fixo, sempre foi muito perdido, ora aulas do LFG, ora material do MEGE. Na oral, escolhi o Rafael Carvalho e me dei bem com ele, e alguns temas pela Di Pietro. Em constitucional, como sempre gostei muito e li bem durante a faculdade, não tinha também um material todo organizado, mas minha base foi feita no Pedro Lenza e aulas do Novelino do LFG. Para oral, li o Bernardo Gonçalves, pelo perfil mais filosófico do examinador, e achei muito bom! Em empresarial, li alguns assuntos no material do João Lordelo (disponível no seu site) e outros no do MEGE, sempre buscando um aprofundamento maior no livro do André Santa Cruz Ramos.
10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?
R: Não fazia revisões programadas. Acreditava que iria mais atrasar meu progresso do que me auxiliar. Naturalmente, você acaba por revisar seus materiais, mas comigo acontecia aleatoriamente, a depender das fases em que eu estava, nada programado.
11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?
R: Fazia apenas durante a preparação para a 1ª fase. No início dos estudos, fazia de 10 a 20 questões diariamente, o que dava em torno de 1h/1h30 destinado a isso. Na véspera de provas objetivas, esquecia doutrina e focava apenas em leitura de lei e resolução de questões, seguindo o esquema de 30 dias de véspera do colega Leopoldo, que me ajudou bastante.
12 - Com qual frequência lia “lei seca”?
R: Lia diariamente de 1h30 a 2h de lei por dia, nos estudos pré-edital. Fazia leitura corrida, pois achava que, por mais que alguns artigos nunca tivessem sido cobrados em concurso, isso me daria uma visão mais global do assunto e até mesmo me preparando para um dia já exercer a Magistratura. Dividia em esquema de cores para marcação no Vade Mecum. Nos 30 dias que antecediam a prova objetiva, segui o método de divisão do Leopoldo (Magistratura Estadual em Foco), dividindo as leis de determinadas matérias por períodos (por exemplo, 4 dias para ler o CC, 1 dia CDC, etc…). Nas demais fases, não havia tempo reservado para lei seca, tendo contato apenas quando ia acompanhando no Vade Mecum ao estudar doutrina/jurisprudência.
13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?
R: Antes de começar a estudar efetivamente em set/2016 sempre estive em dia com o Dizer o Direito, pois só estudava os informativos, já que ainda estava meio perdido nos estudos e, com isso, não tinha foco/ânimo suficiente para ler doutrina e resolver questões. Após, comecei a ler aos domingos à medida que eram disponibilizados. Lia também o livro Vade Mecum de Jurisprudência, do DoD, em que são separados os julgados por matéria, ao final de cada dia que estudava determinada material. Por exemplo, se hoje estudasse, em Administrativo, responsabilidade civil do estado, além de ter lido a doutrina, lei seca e feito questões, no mesmo dia, reservava um período para ler sobre tal tema no livro de jurisprudências. Assim, acreditava que o estudo do tema estaria completo.
14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas? Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?
R: Indicaria os cursos que fiz, para as respectivas fases, pois são os que tive contato. Desse modo, para 1ª fase, indicaria o MEGE, que me ajudou muito nessa
organização inicial e elaboração de metas. Para 2ª Fase, indico o OUSE e o CP IURIS, pois achei as correções bem elaboradas, mas já ouvi falar bem também do MEGE nessa etapa. Para oral, indico Curso Verbare, com a Elaine, psicóloga que me auxiliou tanto na parte de postura e fala, quanto na inteligência emocional e confiança.
15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?
R: Não há nada de diferenciado que possa indicar.
Objetiva: leitura massiva de lei seca, resolução de questões e jurisprudência afiada.
Discursiva: revisão de doutrina.
Sentenças: treino, treino e treino, aliado a um bom cursinho preparatório e ao estudo dos julgados dos examinadores. Tanto TJ/PR, quanto TJ/SP, os casos
práticos de sentença foram extraídos de julgados da própria corte.
Oral: treino sob pressão, simulando o máximo a arguição em si, e estudo sobre as preferências do examinador.
16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?
R: Sim. É, de fato, essencial olhar seus artigos, julgados, entrevistas no Youtube, etc... Inclusive, no TJ/SP, tal estudo deve ser feito desde a 1ª fase, pois, em regra, os próprios examinadores que a elaboram.
17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?
R: Adotaria o do próprio tribunal, ressalvando entendimento dos Tribunais Superiores.
Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:
R: Aproveitando esse espaço para mandar um recado aos nobres concurseiros, além das já multicitadas mensagens de perseverança, superação diária e disciplina, que são, de fato, imprescindíveis, gostaria de deixar registradas algumas dicas/mensagens que aprendi e que, costumeiramente, não nos são passadas por outros concurseiros:
1) MANTENHA SEU MATERIAL DE ESTUDOS: Como já exposto acima, em algumas matérias importantes nunca tive um material certo por onde estudar, sempre foi um pouco perdido. Isso me prejudicou muito, pois tenho mais força na minha memória visual e, por não ter um material único, já lido e relido várias vezes, isso prejudicava meu processo de memorização para as provas. Na oral, tal problema me causou muita dor de cabeça, desespero na verdade! Então, prepare bem seu material. Se está em dúvidas se realmente é o adequado, teste outros, principalmente antes de começar a avançar nas fases. Mas quando estabelecer aquilo que lhe será o necessário, fixe nele. Leia-o e releia-o, até sabê-lo decorado. Sempre me foi dito para não trocar de material, principalmente na fase oral, mas não tive outra escolha. Os materiais que tinha não me passavam confiança e precisava buscar outros, apesar de não ser o indicado nesse curto espaço de tempo para preparação de uma oral. Estava, na minha concepção, cometendo uma loucura, quase que um atestado de reprovação. Aí aproveito para a segunda dica.
2)CUIDADO COM AS LIMITAÇÕES: Esse é o grande aprendizado que levo da vida de concursos. Se você parar para pensar em todas as histórias de concurseiros que já ouviu ou que se vê diariamente nas mídias sociais, certamente a maioria delas será de muitas reprovações, com inúmeras dificuldades até o êxito, sem contar a utilização de materiais de estudos muito organizados, com canetas coloridas, fichários bem completos, com fichas para revisão nas 24/48/72h, etc… E isso sempre me levou à conclusão de que esse seria o padrão que deveria seguir caso quisesse ser aprovado em concurso. Porém, cada concurseiro vive sua realidade, seja nos materiais que utiliza, seja no histórico de reprovações. Não é preciso que se tenha um belíssimo estojo, repleto de cores para cada situação específica digna de nota durante o estudo, que se revise com periodicidade, que se leia manuais recém- lançados e extensos. Também não é imprescindível que sua trajetória seja marcada por reprovações. Vou explicar melhor, para não ser mal interpretado. Quando cheguei na oral do TJ/SP, o concurso dos meus sonhos, tive, durante minha trajetória, muito mais sucessos, do que reprovações. E isso, no lugar de me dar mais confiança, me levou ao perigoso caminho da auto sabotagem. Por diversas vezes me peguei pensando que não daria certo, porque era preciso que antes sofresse bastante para conseguir a aprovação, que soava, naquele momento, como fantasiosa e utópica. Isso me tirou preciosas horas e dias, ao todo, de estudos. Minou minha confiança. Lembro, também, por ser relevante para compreensão, de certa conversa que tive com um juiz estadual aqui no Ceará, que é natural de Pernambuco, que me relatou não ter conseguido a aprovação no concurso da sua terra, principalmente, na concepção dele, por não ter feito determinado curso específico que diziam ser essencial para aprovação. Aquilo lhe gerou verdadeiro bloqueio mental. Tanto é que, logo em seguida, conseguiu ser aprovado no concurso do TJ/CE. Como nosso cérebro nos prega peças! Na verdade, no âmbito da psicologia comportamental, chama-se de viés cognitivo da representatividade, é dizer, a avaliação de probabilidades com base em probabilidades anteriores de eventos semelhantes, que, porém, não estão ligados entre si e, por isso mesmo, não são reciprocamente influenciáveis. São os famosos “estereótipos”, como no caso do concurseiro com várias reprovações. Essa é a razão do meu alerta. O aqui exposto serve não para me passar de inteligente ou bem-sucedido, mas apenas para alertar que sua trajetória pode ser marcada por dificuldades e derrotas, mas também pode ser a trajetória de um vencedor. Só depende de você. Estude para cada concurso, com o afinco de que aquele será o da sua aprovação, seja ele o seu 15º concurso, ou sua 1ª tentativa. Isso lhe trará maior rendimento, autoconfiança e uma leveza muito produtiva. Enfim, esteja, é claro, preparado para as derrotas. Porém, de igual forma, esteja preparado para as vitórias!
3) SEJA CONCENTRADO TAMBÉM NO BARULHO: Atualmente, é muito comum o estudo de concurseiro em salas de estudo, com o silêncio praticamente absoluto. Porém, a realidade no dia da prova é completamente diferente, seja por barulhos internos (espirros, assoadas e tosses, fiscais conversando do lado de fora, pisadas de candidatos ao se dirigirem ao banheiro…), seja por ruídos externos (carro com som alto ligado, trânsito/buzina… por exemplo, no TJ/SP fiz grande parte da minha prova de sentença civil ao som de barulho de carro tentando ligar, sem conseguir no final das contas). E isso na primeira vez me desconcentrou bastante. Então, deixo aqui a sugestão de que, se for possível, além de estudar em sala de estudo, que realmente é o indicado, busque em algum dia da semana fazer simulados de provas anteriores em ambientes um pouco mais barulhentos, ao ar livre ou em universidades, por exemplo, para se familiarizar mais com o real ambiente de prova que será encontrado nesse mundo de concursos.
BIBLIOGRAFIA
Quais livros/autores ou cursos/cadernos indicaria para os estudos nas matérias abaixo (se possível, especificar o professor de cada matéria nos cadernos/cursos):
Direito Administrativo – Rafael Carvalho e Di Pietro (principalmente, para banca CESPE)
Direito Ambiental – Leis Especiais para Concursos, v. 10, Romeu Thomé
Direito Civil – Aulas do LFG (Cristiano Chaves, Pablo Stolze e Flavio Tartuce) e livro do Flávio Tartuce
Direito Constitucional – Pedro Lenza e Bernardo Gonçalves
Direito do Consumidor – Leis Especiais para Concursos, v.1, Leonardo Garcia
Direito do Eleitoral – Sinopses Juspodium, Jaime Barreto
Direito Empresarial – Material Lordelo (site) e André Luiz Santa Cruz Ramos
Direito da Criança e do Adolescente – Leis Especiais para Concursos, v.2, Guilherme Freire de Melo Barros
Direito Penal – Parte Geral – Aulas do LFG (Rogério Sanches)
Direito Penal – Parte Especial do Código Penal – Aulas do LFG (Rogério Sanches)
Direito Penal – Legislação extravagante - Leis Especiais para Concursos, v.12, Gabriel Habib
Direito Processual Civil – Em geral, materiais de cursinho e letra de lei, com as decisões de tribunais sobre o NCPC. Para aprofundar, em alguns assuntos, principalmente de teoria geral do processo, o livro do Daniel Amorim.
Direito Processual Penal – Aulas do LFG (Renato Brasileiro)
Direito Tributário – Aulas do LFG (Eduardo Sabbag)
Humanística – Noções Gerais de Direito e Formação Humanística, do Vitor Frederico Kümpel, Editora VFK Educação; Curso Específico com o Prof. Rosângelo, do Curso MEGE; se gostar da matéria e quiser aprofundar, o livro de Filosofia do Direito de Alysson Mascaro; e para provas CESPE, as questões anteriores da matéria.
Sentença Cível – Livro do Prof. Jaylton, do CP IURIS.
Sentença Penal – Curso de Sentença Penal, do Prof. Luiz Otavio Resende; e curso CP IURIS.
Qualquer livro/curso que indique para o concurso que não se encaixa nas matérias acima (ex: livro de discursiva da juspodivm que tem várias matérias, vade mecum de jurisprudência etc) – Todos os livros do Dizer o Direito.