Histórias de sucesso #77: BRUNO CÉSAR GIOVANINI GARCIA – Aprovado no concurso 187 para Juiz Substituto do TJSP

 Nome: Bruno César Giovanini Garcia

Data de nascimento: 07/10/1991

Naturalidade: Bandeirantes/PR.

01 - Concurso(s) para magistratura qual(is) foi aprovado:

R: 187º TJSP.

02 - Outros concursos em que foi aprovado:

R: O concurso da magistratura de São Paulo foi o único.

03 - Período de estudos até a primeira aprovação em concursos de magistratura:

R: Iniciei os estudos direcionados ao concurso da magistratura estadual pouco tempo após minha graduação (02/2014), por volta do mês de abril de 2014. Mas durante esse período tive altos e baixos nos estudos, algo que reputo normal em toda rotina dos colegas concurseiros! Portanto, não posso afirmar que todo esse período foi de estudos constantes, embora o tenha sido a maior parte do tempo.

04 - Trabalhou durante os estudos? Cargo?

R: Por alguns meses após minha graduação exerci um cargo similar ao de assessor de Juiz de Direito do TJPR, chamava-se de “estágio de pós-graduação”. Mas deixei o cargo para advogar. Exerci a advocacia essencialmente de forma dativa na área criminal, sem ter escritório próprio, fato que me permitiu ter grande parte do tempo livre para estudar. Em contrapartida, o retorno financeiro era baixíssimo.

05 - Tempo médio de estudos diário (horas líquidas):

R: Variava muito mesmo, conforme a existência de edital aberto, questões pessoais, desânimo, etc. Mas acredito que uma média de 5-6h líquidas de estudo regular, quando não havia edital aberto. (Nas semanas anteriores do meu exame oral, por exemplo, estudava todo momento disponível, até não ter mais forças).

06 - Quantas matérias diferentes lia por dia? E em uma semana?

R: Variava muito, não seguia algo fixo. Mas gostava de estudar 2 matérias por dia, uma pela manhã (a matéria mais chata/difícil), e outra após o almoço ou à noite (a matéria que fosse mais fácil ou que eu dominasse mais). Estudava do começo ao fim tais matérias, e depois passava para as seguintes. Nunca gostei dos métodos que colocavam duzentas matérias para se estudar em uma semana... Prefiro começar e terminar algo de forma bem feita e, somente após isso, passar para outra(s) disciplina(s).

07 - Estudava sábados/domingos/feriados?

R: Variava muito, mas de regra sim, mesmo que pouco. Com prova próxima, chega determinado momento que a gente nem sabe mais o que é feriado rs. Mas o descanso é essencial, isso não tenho dúvidas. Eu, por exemplo, muitos fins de semana ia de ônibus para a casa da minha namorada, em uma cidade que fica a 100km da minha. Ia às sextas à noite e voltava domingo. Nas 2h de viagem, tanto na ida, quanto na volta, estudava. Eu era aquele cara chato que ficava com a luz acesa do ônibus estudando, ou com o celular ligado lendo informativos, fazendo questões rs... Todavia, em semanas anteriores às provas, estudava todo o final de semana em casa.

08 - Utiliza grupos de facebook/whatsapp para estudar? Acredita que valha a pena?

R: Estava em alguns grupos do whats. É uma questão muito subjetiva. Particularmente, usava apenas para acompanhar as novidades e tirar eventuais dúvidas sobre o concurso (datas, documentos necessários, etc), verificar alguns materiais sobre os examinadores. No mais, quanto ao estudo propriamente dito, sempre preferi um estudo solitário. Mas repito, é algo pessoal!

09 - Fazia resumos/cadernos ou utilizava algum feito por outras pessoas?

R: Fazia resumos pontuais e deixava grampeado no livro ou caderno de cursinho no capítulo da matéria, apenas para facilitar a memorização e revisão. Resumir um livro de cabo a rabo entendia ser contraproducente. Estudei muito pelos cadernos que fiz com o cursinho em 2014, pois ia transcrevendo as aulas no computador e, depois, imprimi e criei a minha própria apostila. Com o passar dos anos, fui atualizando manualmente mesmo o material.

10 - Fazia revisões do estudo nos moldes propostos por coachings (24h, 48h, 7 dias etc)? Com qual frequência?

R: Revisava a matéria do dia anterior, 7 dias anteriores e um mês anterior (quatro semanas). Anotava em uma agenda, em cada dia, o que eu havia estudado, para facilitar a revisão. Mas isso quando estava em estudo regular, sem edital aberto. Com provas próximas, usava outra forma de revisar, lendo todos os meus cadernos impressos (dava mais de 2000 páginas de caderno) e fazendo muitas questões para a prova objetiva.

11 - Com qual frequência fazia exercícios para prova objetiva?

R: Em estudo regular (sem edital aberto de primeira fase), fazia exercício umas 4 vezes por semana. Uma dica: sempre deixei para fazer os exercícios no final do dia, quando não aguentava mais estudar e estava muito cansado. Fazia isso com o seguinte propósito: normalmente, nas horas finais de prova no dia do concurso a nossa mente já está fadigada e o rendimento é menor (percebi que eu acertava um percentual bem mais baixo nas últimas questões que eu resolvia nos primeiros concursos que fiz). Assim, treinava fazer exercícios com a cabeça já cansada, exatamente para simular o dia da prova!

12 - Com qual frequência lia “lei seca”?

R: Tentava estudar de forma conjunta com a doutrina. Mas em vésperas de prova objetiva, aumentava o estudo da lei seca.

13 - Com qual frequência lia jurisprudência? Lia diretamente dos sites dos Tribunais Superiores ou através de outros sites (como dizer o direito ou EBEJI)?

R: Umas 3-4 vezes por semana. Dizer o Direito, Dizer o Direito, Dizer o Direito!! O trabalho do professor Márcio André Lopes Cavalcante é sensacional, acredito que todos os concurseiros aprovados em algum certame que necessite o estudo de informativos deveriam prestar uma homenagem p/ esse cara!! hahah

14 - Indicaria algum curso online com foco em magistratura/carreiras jurídicas? Indicaria algum curso de oratória para a fase oral?

R: Fiz o carreiras jurídicas do CERS em 2014, foi excelente. Hoje não sei se o corpo docente é o mesmo!! Mas indico, para aqueles que estão iniciando e buscam investir em algum curso, que façam algum intensivo, com maior número de horas/aula, e com professores que já estejam na área há um bom tempo! Entendo que cursos “reta final”, ou que queiram simplificar muito os estudos, são mais indicados para aqueles que já estejam com uma bagagem boa de estudos, mas não são adequados para se formar uma base boa!

15 - Indica algum método diferenciado de estudos para alguma das fases (objetiva/discursiva/sentenças/oral)?

R: O essencial é estudar com disciplina, disso não há como fugir. Cada um vai adaptando sua própria forma de estudo de acordo com as características pessoais e seu ritmo de vida. Todavia, posso dizer que o treino específico para cada fase do concurso ajuda muito na aprovação. Assim, é essencial fazer questões objetivas para a primeira fase. Estudar escrevendo para a segunda fase (treinando dissertações, livros de questões escritas, sentenças). Quanto à prova oral, estudar falando e, também, treinando com colegas pessoalmente ou por Skype. Uma dica para a oral: trata-se de uma prova muito conceitual, e é necessário ter o arroz com feijão muito bem dominado (assim como o é em todo o concurso)! Não adianta nada saber a teoria da avestruz sei lá o que e gaguejar se o examinador te perguntar “Candidato, o que é legítima defesa?”.

16 - Estudava a banca/examinadores responsável pela elaboração das provas da segunda fase em diante?

R: Li algumas informações sobre os componentes da banca, bem como algumas decisões. Mas não fiz um estudo aprofundado. Todavia, acredito que seja uma boa estratégia.

17 - Se o tribunal é responsável pela elaboração das sentenças e tem um posicionamento diverso do pacificado nos Tribunais Superiores, adotaria qual posicionamento?

R: Utilizaria o entendimento dos Tribunais Superiores, ressaltando, com respeito, a existência do posicionamento diverso.

Recado para aqueles que ainda estão em busca da aprovação:

R: Acho que esse é o trecho do depoimento mais bacana. No momento, passa um filme na cabeça de toda a caminhada até a aprovação. Não me sinto confortável para dizer aos colegas o que fazer ou deixar de fazer. Mas tenho a intenção de ajudá-los, de alguma forma, com alguns conselhos, os quais envolvem essencialmente 3 (três) pontos: força, disciplina e fé. Força, pois a caminhada é árdua e longa. A aprovação em um concurso do porte da magistratura, mp, defensoria, depol, etc, demanda um projeto a longo prazo. Existem sim histórias de pessoas que foram aprovadas com 1~2 anos de estudos, mas não creio
que seja a regra. Há pessoas que no primeiro concurso foram aprovadas, outras tantas, fizeram mais de 20. Alguns passam com 20 e poucos anos, outros com 50. Há colegas que têm família constituída, filhos e trabalho. Outros adiam tais sonhos a fim da realização profissional em um primeiro momento. Enfim, há uma infinitude de particularidades que torna impossível traçar um perfil exato/ideal do que seja necessário para a aprovação. Mas o que vejo em comum no que tange à todos que são aprovados é o seguinte: nenhum desistiu, bem como não ficaram parados esperando a aprovação. Aqui, portanto, entra o segundo conselho: disciplina. A aprovação demanda muita renúncia e esforço. Estabeleçam, de acordo com suas realidades, períodos que serão destinados aos estudos, não importando a quantidade de tempo. Sempre comparei a preparação para o concurso como se fosse para correr uma maratona. Você deve manter um ritmo no qual seja sustentável correr os 42km, não adianta estudar 10 horas um dia e passar o restante da semana desanimado. Não adianta estudar 1 mês bem, e ficar o resto do ano pensando em qual a melhor forma de estudar. Estude de forma constante, sempre que der. Uma hora o cansaço e o desanimo vão bater. Nesse momento, descanse, veja um filme, saia com os amigos, tome uma cerveja gelada, faça algo que vc goste! O lazer, descanso e sanidade mental são essenciais para a aprovação!! Portanto, entenda como normal não conseguir bater todas as suas metas, desde que isso não vire a regra! Mas depois, volte a estudar rs.
Um terceiro conselho: tenham fé. Seja em Deus, no universo, na lei do retorno, em algo que seja maior que nós mesmos. Tenha certeza que isso irá lhe ajudar muito. Sempre acreditei que, se não parasse, não desistisse, uma hora minha aprovação iria chegar. E aqui, na minha particularidade, sem a intenção de realizar nenhum proselitismo e com a plena consciência de que minha função será aplicar a lei dos homens, digo que pedia a Deus que eu fosse aprovado no local e momento que fossem melhores para minha vida e segurança pessoais, assim como para o bem da sociedade que irei servir. Peço licença, aqui, para contar um pequeno trecho da minha trajetória. Em 2017, reprovei por 1 (uma) questão na primeira fase do TJPR, meu Estado. Já estava estudando há cerca de 3 anos, e nunca havia passado na primeira fase. Foi a única vez que pensei em desistir, pouco antes do TJSP. Quando saiu o número de inscritos do TJSP, fiquei desesperado, até chorei, foram mais de 20 mil, mais que o dobro de inscritos do paraná. Pensei que se no PR eu havia ficado por uma questão, em SP ficaria por muito mais. Não foi. Passei na primeira fase do TJSP com 1 ponto acima do corte. Depois, sem nunca ter feito uma segunda fase na vida, estava mais ansioso ainda... Lembro que no dia anterior à primeira prova discursiva do TJSP, estava em casa, e pouco antes de eu sair de viagem para SP chegou uma mensagem pelo “direct” do Instagram. Era uma amiga minha que foi caloura de faculdade, pessoa que eu não tenho contato diário, não conversava por whats, redes sociais e que não fazia ideia de que eu estava indo fazer a referida prova... Ela me enviou um post que tinha uma foto com a seguinte mensagem: “Deus está com você. Você vai conseguir!”, e disse depois que viu a mensagem e sentiu que deveria enviar para mim. Particularmente, me apeguei muito nesse sinal (ou coincidência, para muitos rs), em todos os meus estudos, e fui para a prova. Eu, que antes nunca havia sido aprovado na primeira fase da magistratura, passei nessa segunda fase e, posteriormente, no exame oral. Hoje, com a maior alegria, posso substituir o “quando eu for juiz” para o “em breve serei juiz”.

Desejo a todos vocês, do fundo do coração, que tenham, portanto, força, disciplina e fé! E que em breve eu esteja lendo as histórias da aprovação de vcs!! Espero, ainda, que de alguma forma eu tenha contribuído, seja com a indicação da bibliografia ou com alguma injeção de ânimo. Não desistam, por favor! Grande abraço.